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Diocese de Leopoldina emite nota sobre atentado a frei Gilberto

Frei Gilberto (Foto: Arquivo A NOTÍCIA)
Frei Gilberto (Foto: Arquivo A NOTÍCIA)

A Diocese de Leopoldina emitiu uma nota relatando um atentado ao frei Gilberto Teixeira, administrador paroquial da Paróquia de Santo Antônio, no distrito de Belisário. Segundo informa a publicação, o sacerdote foi abordado após a celebração de uma missa e ameaçado de morte no dia 19 de fevereiro. O bandido teria feito questão de informar ao frei que o acompanha em todos os seus atos e movimentos nos últimos tempos e ordenado que se calasse em todos os pronunciamentos sobre os direitos de seus paroquianos.

A Diocese afirma que todas as medidas necessárias à segurança pessoal de frei Gilberto estão sendo tomadas e que as autoridades já foram devidamente acionadas, para que se investigue o caso, a fim de que o autor e o mandante – se for o caso – sejam criminalmente responsabilizados.

Por fim, a Diocese de Leopoldina diz que “não pode e nem vai se calar, enquanto a questão for a segurança, o direito e o bem-estar de seu clero e de suas comunidades”.

A nota foi assinada pelo bispo dom José Eudes Campos do Nascimento e pelo chanceler do bispado, Pedro Lopes Lima, com data de 23 de fevereiro.

Confira abaixo a nota na íntegra:

“No último dia 19 de fevereiro, domingo, o nosso querido Frei Gilberto Teixeira, Administrador Paroquial da Paróquia de Santo Antônio, em Belisário, distrito de Muriaé, sofreu um atentado por ameaça de morte, com a exibição de arma de fogo. Foi abordado quando, encerrada a missa dominical com sua comunidade, entrou, sozinho, na casa paroquial. O bandido fez questão de lhe informar que o acompanha em todos os seus atos e movimentos, nos últimos tempos. Impôs-lhe que se calasse em todos os pronunciamentos sobre os direitos dos seus paroquianos para não ser morto. E que era o último aviso.

Frei Gilberto, em sua função missionária, como deve ser, vem prestando assistência e apoio aos pequenos agricultores de sua comunidade na luta contra a espoliação de suas terras e a degradação das áreas de lavouras familiares. Em nosso país, como temos assistido com muita dor, os ditos ‘grandes empreendimentos’ não suportam argumentação que contrarie seus planos, sabedores de que sempre sairão vitoriosos. Pelo que, ignoram qualquer bem-estar ou direito dos fracos. Se entender necessário, desprezam até mesmo a vida humana dos contraditores. Irmã Dorothy é uma das nossas mais recentes e dolorosas memórias…

Diante deste monstruoso atentado, a Diocese de Leopoldina não pode nem vai se calar, enquanto a questão for a segurança, o direito e o bem-estar de nosso clero e das nossas comunidades. Frei Gilberto fazia o que toda a nossa Diocese faz e fará sempre. Temos compromisso com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, na sua milenar opção pelos mais sem-voz e sem-vez e, nestes últimos tempos, acompanhando o Santo Padre, o Papa Francisco, no ‘Cuidado com a Casa Comum’, na recomendável leitura de sua Carta ‘Laudato SÌ’. A vida de nosso povo e o meio ambiente saudável não são questão secundária para a nossa Igreja. ‘Que todos tenham vida e a tenham em abundância’, como o Senhor Jesus proclamou.
Tornamos público que todas as medidas necessárias à segurança pessoal de Frei Gilberto estão sendo tomadas e que as autoridades foram devidamente acionadas para que se investigue e que o autor e o mandante – se for o caso -, sejam criminalmente responsabilizados.

Assim, esperamos que o mandante retire suas sentenças e que as autoridades constituídas venham em socorro imediato daquelas comunidades, para que se assegurem os sagrados direitos às suas pequenas propriedades, à proteção aos saudáveis e ricos mananciais de água potável de extraordinária qualidade que ali nascem. E, por fim, que os serviços de evangelização e expressões religiosas não venham jamais ser amordaçados. E que nunca o valor econômico-financeiro se sobreponha ao sagrado valor da vida humana!”.

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