Ministério Público e o Gaeco realizaram mais uma etapa da Operação Catarse na Câmara de Muriaé

 O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Zona da Mata, deflagrou na manhã de quinta-feira (23) mais uma etapa da Operação Catarse III que tem o objetivo de combater crimes do colarinho branco em Muriaé. O MPMG apura a prática de diversos crimes contra o patrimônio público. Desta vez, as ações foram realizadas na Câmara Municipal e o diretor contábil e financeiro do Legislativo foi preso temporariamente.

A Promotoria do Patrimônio Público de Muriaé e as Polícias Civil e Militar também participam da operação, que, além do mandado de prisão temporário cumpriu mais dois de busca e apreensão, sendo um na residência diretor contábil e outro na Câmara Municipal.

De acordo com o Gaeco, está sendo investigada a existência de um complexo esquema criminoso conduzido por vereadores e empresários, com a emissão de notas fiscais frias para legitimar o pagamento ilícito de verbas de gabinete aos parlamentares investigados, inclusive no cenário de empresas registradas em nome de “laranjas”.

Também estão sendo apuradas condutas de agentes políticos da Câmara Municipal de Muriaé que teriam compelido servidores públicos a repassarem parte de seus vencimentos aos investigados, inclusive coagindo-os a realizarem empréstimos bancários para a concretização dos delitos. Desses servidores vítimas, alguns declararam que ficaram endividados e chegaram a adoecer em razão das ameaças indiretas feitas pelos envolvidos.

Ainda conforme as investigações, há indícios da ocorrência de um complexo esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, em especial, quanto à contratação de empresas aparentemente de fachada pelo município de Muriaé, que pode ter gerado um dano ao erário superior a R$ 10 milhões.

O chefe do Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (GAECO), Dr. Breno Coelho, disse em entrevista coletiva, ainda na manhã de quinta-feira, que dezenas de documentos do setor de contabilidade e finanças foram apreendidas e serão analisados. Ele ainda afirmou a operação segue em andamento e há possibilidades de outros mandados serem deflagrados em Muriaé.

A Câmara Municipal de Muriaé emitiu nota oficial sobre o fato. Veja na íntegra.

COMUNICADO

A Câmara Municipal de Muriaé esclarece que a operação realizada esta manhã, de 23 de junho, trata-se de desdobramento da primeira fase da Operação realizada em novembro de 2021 e está ocorrendo de forma restrita no Setor Contábil do Legislativo Municipal. Não há qualquer mandado de busca e apreensão que envolva os gabinetes dos vereadores. Como a operação é restrita ao setor contábil, todos demais setores da Câmara estão em funcionamento normal.

Um mandado de prisão temporária e dois de busca e apreensão foram cumpridos. Um dos alvos da operação é o diretor contábil e financeiro da Câmara Municipal.

Deixe um comentário


Outras Notícias