Ex-delegado regional, acusado de ter mandado matar a esposa, está sendo julgado por júri popular
O delegado aposentado, Wagner Schubert de Castro, acusado de ser o mandante do assassinato da esposa, a professora Mônica Vidon Alvarenga, está sendo julgado por júri popular, no Salão do Júri do Fórum Tabelião Pacheco de Medeiros.
O júri começou pouco depois das 9h30min de quinta-feira (18) e a previsão é que se estenda até esta sexta-feira (19). O Corpo de Sentença foi formado por sete jurados – sendo seis homens e uma mulher.
O primeiro dia do julgamento de um dos crimes de grande repercussão em Muriaé, e até a nível estadual, pelo fato da vítima ser esposa de um delegado regional e muito querida pelo trabalho que desenvolvia nas escolas do município, foi dedicado aos depoimentos de testemunhas de acusação e de defesa. O Salão do Júri ficou com lotação máxima durante quase todo o dia.
Pela manhã, foram exibidos vídeos –gravados durante depoimento à Polícia Civil – de dois indiciados: Antônio Rodrigues de Oliveira Junior, conhecido por “Juninho do 14”, acusado de ser o atirador, e de Jandir Pimentel Moco, apontado como o condutor da moto que levou o autor dos disparos até a vítima e, em seguida, ajudado o criminoso na fuga. Ambos foram assassinados. Juninho foi executado a tiros no dia 27 de março de 2013, na porta de sua residência, no bairro Aeroporto. Já Jandir foi morto dentro de um carro, no dia 7 de agosto de 2015, também no bairro Aeroporto.
O terceiro depoimento foi de uma jovem a quem “Juninho do 14” teria confessado ter assassinado a professora. No depoimento, também gravado em vídeo, a testemunha disse que o autor teria tentado matar Mônica em outras duas oportunidades, mas sem êxito.
Durante a tarde, o julgamento entrou na fase de interrogatório às testemunhas. As primeiras a serem ouvidas foram as de acusação, entre elas uma irmã da vítima que mora em Belo Horizonte, o delegado de Polícia Civil, Rangel Martino, que presidiu o inquérito, e o investigador Dutra, também da PC, que participou da prisão do réu.
Mais à noite foram ouvidas testemunhas de defesa, entre elas o delegado Fernando Nassar Rocha e os delegados aposentados, José Carlos Bolsoni e Genir Carneiro.
Após 15 horas de julgamento, o juiz Maurício Pirozi interrompeu a sessão à 0h30min, anunciando que os trabalhos seriam retomados às 9h de sexta-feira. Um dos momentos mais aguardados foi o depoimento do réu, Wagner Schubert, que presta depoimento durante a manhã, seguido dos debates de acusação e defesa.
Considerando as explicações, réplicas e tréplicas de acusadores e defensores, a expectativa é de que o veredito dos jurados saia somente à tarde.
DEFESA E ACUSAÇÃO – O júri está sendo presidido pelo juiz da Vara Criminal da Comarca de Muruaé, Maurício José Machado Pirozi. O Ministério Público está sendo representado pela promotora Jackeliny Ferreira Rangel. A promotora tem como assistentes de acusação os advogados José Geraldo Alvarenga Junior e Wilson Sebastião Rodrigues Soares.
Um dos advogados que auxiliam a Promotoria neste processo é o criminalista Lúcio Adolfo, de Belo Horizonte, que já atuou em grandes casos, como a defesa do goleiro Bruno, do Flamengo, que foi condenado por mandar matar a modelo Elisa Samudio.
Já a defesa de Wagner Schubert está sendo feita pelo advogado Carlos Henrique de Souza.
O CASO – Mônica foi baleada na noite de 19 de novembro de 2008, próximo à sua residência, no Bico Doce, e faleceu no Hospital São Paulo. Após intensa investigação, o ex-delegado regional foi preso na manhã do dia 20 de abril de 2012, apontado como sendo o mandante do crime. Ele foi levado para Casa do Policial Civil, em Belo Horizonte, onde permaneceu até o julgamento.
Investigações feitas na época do crime constataram que dois rapazes seguiram a vítima em uma moto, quando ela saiu do trabalho, até a rua em que ela foi assassinada.
Dois disparos foram efetuados em direção à Mônica, sendo que um deles atingiu a cabeça. A vítima chegou a ser socorrida e levada para o HSP, porém não resistiu aos ferimentos e faleceu.
* Matéria atualizada às 10h20min