A indicação divina
A prova que nos alimpa constitui sempre uma honra conferida por Deus
“(…) Seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu…” – Jesus (Mt., 6:10)
Facultando a fé raciocinada, o Espiritismo desvela as complexidades dos meandros existenciais, ensejando às criaturas atormentadas uma visão panorâmica do passado, do presente e do futuro.
Atendo-nos somente ao que vemos e experimentamos no momento que passa, jamais poderemos compreender o porquê de muitas coisas, vez que, as raízes da árvore do presente estão implantadas no passado remoto… O presente torna-se, então, um campo onde desemboca o passado com toda a história e atavismos de cada criatura e é, ao mesmo tempo, a sementeira do futuro… Assim, não podemos simplesmente pensar em libertarmo-nos dos espinhos das aflições e dos males sem conto, mas, sim, diligenciar, também, para o pleno esgotamento do cálice das provas que marcam os nossos dias.Precisamos aceitar as contingências adversas sem solicitações indébitas a Deus, atravessando, assim, confiantes, as asperezas das experiências cujos arcabouços foram esboçados no passado de equívocos e despautérios, visto que a responsabilidade individual é intransferível.
O homem deve, portanto, ser analisado sob três aspectos:
l. O ser em si mesmo;
2. O ser integrante de uma família;
3. O indivíduo social.
Temos nos equivocado nos desdobramentos das experiências nessas três situações e em consequência disso, existem resgates de âmbito particular, familiar e social a serem equacionados.
Em todas as épocas temos rebelado de forma velada ou ostensiva contra as aflições, daí a resignação é a atitude nova e correta para ser aplicada com humildade sob a Vontade Divina.
No livro “Seareiros de Volta”, psicografado por Waldo Vieira, entre outras coisas, o Espírito José Petitinga afirma: “(…) a lágrima pacientemente derramada é o passaporte para os Planos Superiores e, fugir da hora difícil é a ânsia ilusória de todos; enfrentá-la com serenidade de quem lhe reconhece a função e a oportunidade é tarefa de poucos.
Há que se cultivar a conformação sem abraçar a passividade tímida e preguiçosa, confiando na Indicação Divina, acatando-Lhe os sábios desígnios, e, sujeitando-nos operantes e silenciosos aos seus alvitres como forma de encurtar o caminho para a vitória final. Ampliemos a visão, engrandecendo ideais.
(…) À frente dos transes que nos atingem, a submissão construtiva é a única medida capaz de sustar os prejuízos das atitudes protelatórias.
E, em verdade, toda prova que nos alimpa e aperfeiçoa, constitui sempre uma honra conferida pelos Poderes Maiores que, em no-la enviando, nos consideram dignos de vencer hoje, em nós mesmos, a sombra do mal em que falimos ontem”.