Estar desperto
O autoconhecimento amplia o horizonte do infinito
“(…) Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará”. – Paulo. (Efésios, 5:14)
Segundo Joanna de Ângelis , “(…) estar desperto é mais do que encontrar-se vivo, do ponto de vista fisiológico, superando os automatismos para localizar-se nas realizações da inteligência e do sentimento enobrecido”.
Amodorrado pelo pesado mergulho no corpo físico, o Espírito Imortal como que se encanta com o canto da sereia e anestesia suas potencialidades perdendo-se nas distrações e quimeras dos interesses subalterno-horizontais. Largas porções de tempo são empregadas em questões secundárias, em flagrante desconsideração pelos “tesouros dos Céus”, e às vezes mesmo por ignorância do que é essencial…
“Disse Jesus : “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Chega, então, o tempo de despertar! E nesse momento, a célebre frase do sábio grego Sólon, divulgada por Sócrates: “conhece-te a ti mesmo”, assume real significado. Com a visão livre das belidas que a constringia, o homem parte para o autoconhecimento, ampliando-se o horizonte do Infinito.
Entende, assim, que o período de sono ancestral é o fulcro gerador dos inúmeros conflitos existenciais, bem como das perplexidades que o assaltam.
Identifica a grande defasagem existente entre o que pensa e faz, entre o que aspira e realiza e sente-se frustrado. Liberta-se, aos poucos, das cargas opressoras e asfixiantes, direcionando o foco de seu interesse para a verticalidade transcendente.
Ainda segundo a nobre Mentora de Divaldo, na obra citada, “(…) ser consciente significa estar desperto, responsável, não arrogante, não submisso, livre de algemas, liberado do passado e do futuro…
Cada momento atual é magno na vida do homem consciente, e tudo quanto se propõe realizar, ao invés de tornar-se desafio, é-lhe estímulo ao prosseguimento tranquilo da iluminação interior…
Usa a inteligência e aplica o sentimento em perfeita interação, avançando sempre, sem recuos nem amarguras. Certamente experimenta as contingências da vida social, dos prejuízos políticos, das injunções do corpo, sem que tais ocorrências o desanimem ou o infelicitem.
Consciente desses fenômenos, mais se afervora na busca da harmonia, conquistando novas áreas que antes permaneciam desconhecidas.
Age sempre lúcido, e cada compromisso que assume, dele se desincumbe em paz, sem a preocupação de vitória exterior ou mesmo de superação.
A autoconquista é-lhe um crescimento natural e não perturbador, assinalado pelo aprofundamento da visão da vida, totalmente diverso do comum, passando-a a transpessoal, portanto espiritual”, por isto, tem toda razão o nobre doutor tarsense ao escrever para os seus irmãos de Éfeso: “desperta tu que dormes, e o Cristo te iluminará!”
PERFIL DO SER CONSCIENTE – “(…) O ser consciente é austero, mas sem carranca; é jovial, porém sem vulgaridade; é complacente, no entanto sem conivência; é bondoso, todavia sem anuência com o erro. Ajuda e promove aquele que lhe recebe o socorro, seguindo adiante sem cobrar retribuição; é responsável, e não se permite o vão repouso enquanto o dever o aguarda. Conhecendo suas possibilidades, coloca-as em ação sempre que necessário, aberto ao amor e ao bem.
Só o amadurecimento psicológico, através das experiências vividas libera a consciência do ser, e, ao consegui-la, ei-lo feliz, conquistando a ‘Terra da Promissão’ bíblica”.