Silêncio e perdão

Caridade é fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por  nós

“Quando alguém admoestá-lo, mesmo injustamente, silencie e desculpe, pois a vida se encarregará de colocar os  pretensiosos em seus devidos lugares.” – Marco Prisco

No capítulo seis, versículo trinta e um, Lucas registrou a sublime orientação de Jesus: “tratai  todos os homens como quereríeis  que eles vos tratassem”.

Leciona o Mestre Lionês :  “a origem do mal reside no egoísmo e no orgulho: os abusos de toda espécie cessarão quando os homens  se regerem pela lei da Caridade”.

Jesus,  comparando o Reino dos Céus a um  rei que  quis tomar contas aos seus servidores, fala-nos de um  servo que  devia  dez  mil  talentos ao  rei  que,  sensibilizado  pela difícil, humilhante e constrangedora situação do infeliz, perdoou-o…     Em seguida, o alforriado mandou prender a  um companheiro seu que lhe devia apenas cem dinheiros.

Sua  conduta egoísta e reprochável irritou  o rei  que  o havia indultado.  Revogou, então a ordem  anterior  e entregou o servo impiedoso aos verdugos, para que o tivessem, até que ele pagasse tudo o que devia.

Finaliza Jesus:  “(…) É assim que meu Pai, que está no  Céu, vos tratará se não perdoardes do fundo do coração as faltas que vossos irmãos houverem cometido contra cada um de vós”.

Resumindo toda a essência desses  pensamentos de Jesus, de Marco Prisco e o seu próprio, Allan Kardec expõe  em abençoada e significativa peroração :  “Amar o próximo como a si mesmo! Fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por  nós,  é  a expressão  mais  completa  da Caridade, porque  resume  todos  os deveres do homem para com o próximo.  Não podemos encontrar  guia mais  seguro,  a  tal respeito, que tomar  para  padrão,  do  que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos.  Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder,  mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de  suas  Instituições,  os  homens  compreenderão  a  verdadeira fraternidade  e  farão que entre eles reinem a paz e  a  justiça.  Não  mais haverá ódios, nem dissenções, mas, tão somente,  união, concórdia e benevolência mútua”.

Aprendendo a silenciar na hora certa e a perdoar em todos os momentos, balizaremos nossas veredas com  o amor que enaltece e edifica, com a serenidade que fomenta a paz e a  harmonia,  e  com  a  incondicional  e  irrestrita   confiança propiciadora da fé raciocinada, ingredientes indispensáveis no trato com os outros.

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