Segurança pública: a sociedade pede socorro
Um dos problemas mais crônicos que assolam a sociedade brasileira é a questão da segurança pública. Entra governo, sai governo e a incômoda situação persiste, como uma doença incurável enraizada bem no âmago da sociedade e que precisa entrar urgentemente na agenda de prioridades de medidas dos governos, numa ação conjunta entre os representantes da União, dos estados e principalmente dos municípios.
Enquanto os Estados e a União discutem a questão da responsabilidade e da competência, ou seja, a quem cabe promover a segurança do cidadão, a violência vai imperando e tornando a sociedade refém de um sistema que esbarra nos erros, nas omissões, na falta de zelo e na falta de vontade política para que possamos extirpar de vez esse verdadeiro câncer do meio da população.
O que vem acontecendo nas grandes cidades, especialmente na chamada e decantada cidade maravilhosa, por exemplo, é uma verdadeira guerra sem precedentes na história contemporânea. Toda semana há uma ocorrência de uma “bala perdida” atingindo inocentes. E o absurdo não escolhe idade. Crianças, brincado na porta de casa, são mortas covardemente em tiroteios nas guerras de facções criminosas com a polícia. Os crimes comandados por bandidos de alta periculosidade, presos em cadeias chamadas de “segurança máxima”, comandam essa verdadeira guerra e, por incrível que pareça, é de lá que partem as ordens de assassinatos de policiais e civis. Não é possível entender que um bandido preso em um presídio de segurança máxima e que participa do crime organizado tenha mais poder do que o Estado, e possa, ainda que preso, comandar todos esses assassinatos que vêm ocorrendo na cidade do Rio de Janeiro e pelo Brasil afora, e disseminando a insegurança, o medo e o terror junto à população.
E mais. Não será armando mais a população que vai resolver o problema. A posse e o porte de armas defendido pelo presidente só vai aumentar ainda mais esse problema que tem provocado desespero na população.
Espera-se que os governos estaduais deixem de lado as suas prepotências e solicitem ao governo Federal para que ponha o exército nas ruas e que usem todo o sistema de inteligência das polícias civil e militar para desbaratar os crimes organizados que comandam as ruas e os presídios pelo país afora. É a população que está pedindo socorro.