Populares questionam sobre a situação do Rio Muriaé

A população muriaeense tem questionado a respeito da atual situação do Rio Muriaé, que se encontra com o leito parcialmente coberto por plantas aquáticas, chamando a atenção daqueles que passam próximo ao local.

Na terça-feira (7), o jornal A Notícia conversou com populares, que passavam pela Avenida Juscelino Kubistchek, para saber o que pensam sobre o fato.

“Tenho 60 anos de idade e nunca vi o Rio Muriaé coberto de plantas como está. É lamentável, sei que ainda existem muitos peixes nele. Passo por aqui e fico incomodada com o mau cheiro. Espero que as chuvas ajudem a melhorar a situação”, conta a dona de casa, Eni Maria Guimarães.

No mesmo dia, estivemos no gabinete do secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Manoel Carvalho, para conversar a respeito da situação.

De acordo com o secretário, as plantas que se encontram na superfície do Rio Muriaé, popularmente conhecidas como aguapé, se desenvolvem quando a temperatura da água está alta e, principalmente, com a grande quantidade de matéria orgânica.

“Como matéria orgânica, consideramos no caso do Rio Muriaé, as fezes, já que o município trata, aproximadamente, 35% do esgoto, ou seja, todo o restante (65%) é lançado nas águas. Além do esgoto, existe o fato de estar chovendo abaixo da média. Dessa forma, dificulta a renovação da água e facilita o rápido desenvolvimento dessas plantas”, conta.

Manoel Carvalho diz que existem opiniões diferentes a respeito do nascimento dessas plantas. “São prós e contras. Alguns consideram o aguapé como um ‘filtralizador’ da água, pois ocorre a metabolização da matéria orgânica (fezes), transformando-a em ‘massa verde’ (planta). Com a baixa renovação da água, a velocidade do aparecimento das plantas multiplica”, diz.

O secretário conta que as plantas, que chegam a cobrir trechos do Rio Muriaé, ainda não foram retiradas devido à interrupção de um consórcio que fazia a limpeza do local.

“Existia, em outro momento, um contrato com um consórcio que absorvia um volume alto de recursos (R$250 mil/ano) da prefeitura pelo trabalho que era realizado: mantendo de três a quatro homens, em uma canoa, retirando este material. Recentemente, fizemos a retirada dos aguapés na região do Bairro Dornelas e, depois disso, demos um intervalo por conta de orçamento, mas estamos prevendo que, com a chegada das chuvas, comuns nesta época do ano, a água se renove e a situação possa melhorar”, explica.

De acordo com Manoel Carvalho, na última semana, foi encaminhado ao Corpo de Bombeiros, um documento solicitando o apoio para a retirada das plantas do rio. “Contamos com o auxílio do Corpo de Bombeiros não só para a retirada dos aguapés, mas também do Capim Angola e outras plantas que se desenvolvem nas margens do Rio Muriaé. Estamos aguardando apenas a aprovação da Regional do Corpo de Bombeiros para que este trabalho possa ter início, com uso de barcos e roupas específicas”, diz.

Ações da Administração Municipal – O secretário informou que a estação de tratamento de esgoto do Bairro Porto será acionada para que o nível de poluição do Rio Muriaé possa diminuir. “O principal causador da poluição é o esgoto não tratado. Já ouvi depoimentos do prefeito Grego sobre a possibilidade de chegar em 2020 e alcançar 70% do esgoto tratado no município. Efeito que vai contribuir, significativamente, na despoluição do rio”, conta.

Manoel Carvalho conta que a atual administração possui o “Projeto Renascer”. “No qual estamos recuperando 21 nascentes, em parceria com o Demsur, na região de Muriaé, além do “Projeto para Pagamentos de Serviços Ambientais – PSA Hídrico”, em parceria com a Associação Comunitária dos Moradores de Astolfo Dutra (Acomad), no qual vamos remunerar 17 produtores rurais que estão protegendo nascentes por conta própria, incentivando o aumento da produção de água”, finalizou.

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