PM é apontado como autor de assassinato na Barra

2º Sargento teve prisão preventiva decretada e está no presídio da Polícia Militar em Ubá

Durante entrevista coletiva, a equipe da Polícia Civil informou como aconteceu a prisão do 2º Sargento da Polícia Militar, lotado no 47º Batalhão em Muriaé, principal suspeito do assassinato da manicure Nayara Andrade. Ela foi atingida com quatro tiros, na manhã do dia primeiro de junho, dentro de seu salão de beleza, na Rua Belisário, na Barra, e morreu quatro dias depois no Hospital São Paulo. O suspeito era primo da vítima e considerado de confiança pela família, tanto que cuidava dos negócios da vítima e da mãe dela. A manicure deixa uma filha de 13 anos.

Os delegados Alessandro da Matta, Gleydson Ferreira e Tayrony Espindola deram detalhes da investigação e explicaram como chegaram ao suspeito. O Major Wesley, comandante da PM de Carangola, participou da coletiva e informou que a Polícia Militar repudia a conduta do suspeito.  O Major explicou que 2º Sargento foi imediatamente afastado para o andamento das investigações e responderá a todas as medidas disciplinares da corporação.

O Delegado Regional,  Alessandro da Mata, explicou que esta investigação foi mais complexa. “Tudo indica que o Policial Militar planejava receber vários seguros de vida, feitos por ele, em nome da vítima, num valor que chegaria a cerca de R$24 milhões. As seguradoras confirmaram que a transação foi feita pelo policial e que, diferente do que acontece normalmente, os documentos não previam cobertura por morte natural, apenas por acidente, o que engloba  homicídio.”  Ele fez questão de ressaltar o apoio da Polícia Militar nas investigações, inclusive nas buscas e apreensões realizadas e durante a prisão do suspeito.

Entenda o caso

O Delegado de Homicídios de Muriaé, Tayrone Espíndola, esclareceu a dinâmica dos fatos. “Normalmente, em relação a homicídios, costumamos ter várias informações, logo de imediato, mas desta vez, precisamos nos aprofundar em todas as linhas investigativas e trabalhar por exclusão. Conseguimos identificar o veículo usado para cometer o crime, fizemos o sequenciamento de câmeras e verificamos por onde ele passou, conseguindo localizá-lo dia 6 de junho, em Viçosa”, disse Espíndola.

“O carro não tinha queixa de furto e foi comprado em Santa Luzia, na Grande BH. Imediatamente, a equipe do Departamento de Homicídios em Belo Horizonte, foi informada e identificou uma pessoa que teria comprado o carro e pode, ou não, ter participado do homicídio. A pessoa está em prisão preventiva. Os investigadores, também descobriram, ao periciarem o veículo, que não havia impressões digitais, o que confirmou a tese de premeditação e de que o autor era alguém que conhecia de investigações”, afirmou o delegado.

Esta tese começou a tomar corpo quando, em entrevista com a vítima, no hospital, o delegado Tayrone Espíndola, descobriu que uma nova cliente havia agendado unha para as 7h30 do dia dos disparos. “A vítima contou que a todo o momento cliente mandava mensagens dizendo que estava chegando e que iria se atrasar. Ela avisou que estava estacionando o carro na frente do salão, e quando a manicure foi recebê-la, acabou alvejada”, contou o delegado, informando ainda que o celular da vítima foi o único item levado do local.

Investigações apontaram para o policial militar

As investigações começaram a apontar para o policial militar, quando, ao descobrir que os investigadores haviam recuperado virtualmente o celular da prima, ele aparentou nervosismo e sempre tentava apontar outras linhas investigativas.  Em seguida, os investigadores foram comunicados, sobre as apólices de seguros. A mãe da vítima também contou à polícia que o sobrinho, levou diversos documentos para que ela assinasse, informando tratar-se de seguros de cartões de crédito.

O delegado, Dr. Glaydson Ferreira, afirmou que desde o início analisaram a mecânica dos fatos e a rota de fuga do veículo, um gol preto. “Havia um fator agravante, o veículo estava sem placa, mas apuramos que, em algum momento, no trajeto até a cidade, o atirado recolocou as placas no veículo. Verificamos também que o suspeito saiu de casa, no dia do crime, e entrou no veículo utilizado para o crime, que estava estacionado próximo a sua residência. Ele também deixou sua moto em Viçosa, no dia 30 de maio, afirmando que voltaria para pegá-la dia primeiro de junho, ou seja, depois de cometer o crime. No momento da prisão, o suspeito carregava uma mochila, e dentro dela estava outra mochila, que de acordo com as investigações, tinha as mesmas características da que o atirador usava no momento do crime.”

Ele ainda explicou que “Havia cerca de 15 seguros contratados em nome de Nayara Rocha e tendo como beneficiária sua mãe. Eles dariam cerca de R$24 milhões. As apólices começaram a ser contratadas no início do mês de março. Todas cobriam morte acidental, incluindo homicídio, o que não é natural. Verificou-se que a contratante não teria como contratar os seguros e nem teria condições financeiras para fazê-lo e a mãe da vítima não sabia sobre eles. Mais tarde, a mãe da vítima, disse que foi ludibriada pelo sobrinho, para a assinatura de documentos.”

A investigação apurou que o policial militar tentou levantar a tese de que um foragido do presídio de Eugenópolis havia cometido o crime, que seria um latrocínio. No dia do crime, por volta das 7h30, ele chegou a passar uma informação falsa para um de seus superiores, dizendo que um foragido de alta periculosidade estaria em Capetinga. A intenção era distrair os militares para facilitar sua fuga. Após a sua prisão, o 2º Sargento, permaneceu calado. Do decorrer das investigações, os policiais civis, realizaram uma busca em sua residência e apreenderam materiais que poderão servir como provas no crime.

Fonte: A Notícia Online

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