“Operação Magnata”: PC desarticula quadrilha especializada no tráfico de armas e munições

Oito pessoas foram presas, inclusive um empresário de Muriaé e seu funcionário
Oito pessoas foram presas, inclusive um empresário de Muriaé e seu funcionário

A Polícia Civil de Muriaé desarticulou uma organização criminosa considerada de alta periculosidade, especializada no tráfico de armas de fogo e munições. Ao todo, oito pessoas que integravam a quadrilha foram presas e duas estão foragidas.

A ação, comandada pelo delegado Tayrony Espíndola, foi deflagrada pela Agência de Inteligência da 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil, com o apoio da Inspetoria de Investigadores e é resultado de cerca de dez meses de investigação.

As investigações mostraram que pistoleiros e homicidas, com atuação em toda região, eram abastecidos com armas e munições por um conhecido empresário de Muriaé, identificado como S. A., proprietário de uma loja de caça e pesca. “Nas investigações, encontramos um padrão de semelhança entre alguns homicídios correlatos, inclusive violentos. E na busca de autoria desses assassinatos, conseguimos desbaratar, na verdade, uma organização criminosa que se alimentava de um mercado clandestino de armas e munições”, relata o delegado.

De acordo com a PC, o empresário utilizava seu comércio como fachada para traficar armas e munições com criminosos de alta periculosidade, equipando essas pessoas para matar seus desafetos e praticar crimes de pistolagem em toda região, assim como roubos e estupros. “Ele não tem autorização para o comércio de arma de fogo. Ele jamais poderia comercializar arma de fogo – o que já seria um absurdo -, quanto mais negociar arma de fogo com pessoas de tamanha periculosidade quanto com as que ele negociou”, frisa Tayrony Espíndola.

Uma expressiva quantidade de armas e munições foi apreendida
Uma expressiva quantidade de armas e munições foi apreendida

Levantamentos mostram que pelo menos oito homicídios ocorridos na região estejam ligados ao grupo. As investigações mostraram também o caminho percorrido pelas armas e munições, desde S. A. até chegar às mãos dos executores.

Um dos principais operadores de S. A. era identificado como E. R., suspeito de ter executado pelo menos seis pessoas na região, dentre eles Paulo Roberto e Ângelo, em Miradouro, com disparos de espingarda calibre 12, à queima roupa, sempre na região da cabeça – uma marca, segundo o delegado, para intimidar os desafetos.

Parte do grupo – cinco pessoas – já havia sido presa na terça-feira (7), em São Francisco do Glória, Miradouro e na comunidade de Ponte Alta. De acordo com o delegado, os envolvidos são pistoleiros profissionais ou “matadores por motivos banais”. Nas buscas realizadas na manhã de quarta-feira (8), na residência e na loja do empresário, no Rosário, foi encontrada uma expressiva quantidade de armas de fogo e munições, inclusive de calibre restrito, sem documentação. Dentre as armas, uma espingarda calibre 12, idêntica à utilizada por E. R., para a prática dos homicídios a que responde. Em Muriaé, além do empresário, foram presos seu funcionário e uma mulher.

As investigações continuam agora a partir do material apreendido com o empresário, que foi conduzido para a sede da 4ª DRPC, onde foi autuado em flagrante. Os envolvidos responderão pelos crimes de formação de organização criminosa e tráfico ilícito de armas.

A operação foi denominada “Magnata” em referência à maneira pela qual os integrantes se identificavam para se vangloriar dos crimes praticados.

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