O poder do voto consciente
Este ano teremos mais uma oportunidade para usarmos o poder do voto como instrumento de aperfeiçoamento da democracia. Nas últimas eleições o eleitorado brasileiro deu ao mundo uma lição de democracia e de expressão de liberdade em suas escolhas. Renovou grande parte dos legislativos estaduais e federal, renovou Governadores e, principalmente, renovou os poderes executivos nos mais expressivos Estados da Federação e na direção máxima da República. O sepultamento das correntes do atraso foi amplo e deu cara nova ao país líder da América Latina.
A tônica popular, de norte a sul do nosso país foi votar contra a corrupção. Mais do que em nomes pessoais, o povo optou por votar em uma ideia, uma ideia que contagiou o Brasil através das redes sociais, sufocando as tentativas de grandes e comprometidos grupos de mídia que queriam, a todo custo, manter o “status quo” que anestesiara as instituições nacionais por quase duas décadas. Relembrando a frase de Ulisses Guimarães e renovando-a, poderíamos dizer que “vencer o monstro que se instalou em nosso país em forma de corrupção não foi tão difícil para o povo brasileiro. O difícil tem sido remover os destroços desse monstro e as sequelas que ele deixou em nossas instituições”. Mesmo apodrecido ele permanece em forma de vermes, espalhados por aí, tentando sobreviver.
Este ano teremos mais uma oportunidade de usarmos o instrumento do voto como um poderoso vermicida para eliminarmos os perigos que poderão nos assombrar se eles instalarem-se nas diversas instâncias de poder.
Não podemos adivinhar as intenções dos políticos que disputam o poder tanto na esfera legislativa como na executiva. Mas com base na própria música que se toca hoje na justiça do nosso país, podemos empregar certas estratégias que são infalíveis e a principal delas é investigar todos os candidatos e a Internet é um instrumento hábil e eficiente para isso. O nosso Supremo colocou na rua uma infinidade de condenados em Primeira e Segunda Instâncias, mas não nos convém discutir a legitimidade ou não da medida. Até porque alguns fatos podem ser legais mas continuam sendo imorais e assim sendo, o eleitorado deve fazer o seu próprio julgamento, independente dos códigos que nem sempre são justos. Não podemos correr o risco de levar ao poder um candidato sobre o qual paire qualquer dúvida sobre a sua integridade moral. Se temos que esperar que um acusado de corrupção seja julgado daqui a trinta, quarenta ou cinquenta anos pela Terceira Instância, que ele espere sem cargo eletivo pois administrar a coisa pública, gerir os recursos de um município ou de um Estado ou legislar, são ações sérias demais para que se corra riscos.
Nas eleições passadas tivemos uma demonstração desse poder fantástico da população quando a candidata Dilma que, apesar de cassada, teve seus direitos políticos preservados pelo Ministro Lewandovsky, que presidia o Senado. Mas não adiantou que seus direitos políticos fossem preservados, pois na eleição seguinte foi “cassada” pelo voto soberano do povo mineiro que não permitiu que ela o representasse no Senado da República. O voto, em um país livre e democrático como o nosso, tem um poder que nem os políticos conhecem.
Ainda temos muito tempo pela frente para analisarmos os candidatos que se postularem ao poder em nosso Estado e em nosso Município. Hoje, com a modernidade e a comodidade da Internet e das Redes Sociais, temos informações sobre qualquer candidato que possa ter contra si qualquer acusação de improbidade. O resto fica a cargo da nossa consciência de cidadão e do apreço que temos por nossa terra e por aqueles que virão depois de nós e herdarão a história que escrevermos com a nossa consciência.