Acho que hoje existe uma dúvida que paira na minha cabeça. Se não na do leitor, pelo menos na minha ela existe. O ano de 2016 será um ano para ser lembrado ou para ser esquecido? Já pensei várias vezes e confesso que a teimosa dessa dúvida ainda persiste.

Parafraseando Lula, nunca antes na história deste país se viu tantos políticos e tantas pessoas importantes apanhadas com a “boca na botija”. De lado outro, nunca antes também a Policia Federal e o Ministério Público trabalharam tanto na apuração dessa epidemia, chamada corrupção, que se instalou no país.

Ainda não chegamos no dia de Natal, e até o final do ano muita coisa poderá acontecer, levando-se em conta as delações de 77 executivos da empreiteira Odebrecht que chegaram esta semana às mãos do ministro do Supremo, Teori Zavascki. Até aqui, houve uma verdadeira enxurrada de denúncias e fatos que já levaram à quase uma centena de condenações em primeira instância, em 23 sentenças, produtos do trabalho da Operação Lava-Jato e dos seus desdobramentos.

Políticos, grandes empresários do ramo de construção das obras do governo, executivos de estatais, assessores e advogados que se prestaram à demanda do esquema criminoso estão todos tendo que se explicar com Justiça. Esse é um breve relato do que aconteceu e do que ainda pode acontecer em função das investigações em curso da Polícia Federal e do Ministério Público.

Mas não foi só isso. Na política, o brasileiro viu de tudo. A queda da presidente da República, defenestrada através de um traumático impeachment, depois de uma desastrada administração que quase levou o país a uma convulsão social; a derrocada de todo um ministério incompetente e suspeito de corrupção; a expulsão, feita pelo STF, de um presidente da Câmara dos Deputados e a consequente prisão dele e de um ex-governador, acusado de surrupiar mais de R$ 200 milhões do seu estado, ambos bandidos sofisticados; uma série de denúncias feitas contra o ex-presidente Lula e parte de sua família, que vão se acumulando a cada dia, e também do presidente do Senado, Renan Calheiros, todos eles réus em vários processos que estão tramitando na Suprema Corte. Até o próprio STF entrou na dança, com seus ministros promovendo bate-bocas através da imprensa, com provocações mútuas e decisões equivocadas e estranhas, com sérios riscos de provocarem uma crise institucional entre os Poderes da República.

A única certeza que temos é que o Brasil está vivendo, nos dias atuais, uma das páginas mais negras de toda a sua rica História. Por tudo isso, a dúvida paira no ar; e a pergunta que não quer calar é a seguinte: o ano de 2016 é para ser lembrado ou é para ser esquecido?

Na persistência da dúvida e sem saber qual seria a resposta certa, prefiro amenizar um pouco as coisas. Deixemos por hora a política, cuidemos da atualidade, afinal, estamos em tempos de Natal. A confraternização com a família e amigos alivia tensões e faz bem ao coração. Vamos falar de amenidades, de amor ao próximo, de solidariedade e de muita esperança na construção de um mundo melhor. Este é o caminho que deve ser trilhado por quem quer celebrar verdadeiramente o Natal. E celebrar esta data, é estar em paz com o Criador e pai do “homenageado”. Por isso, um FELIZ NATAL!