FAMINAS promove inclusão e reabilitação por meio da equoterapia há quase duas décadas

Referência em educação e saúde, a FAMINAS Muriaé mantém, desde 2006, um espaço amplo e estruturado dentro do seu campus, exclusivamente dedicado à prática e ao atendimento em equoterapia. Localizada na Avenida Cristiano Ferreira Varella, 655, a instituição oferta atendimento gratuito à comunidade duas vezes por semana, às segundas e quartas-feiras, das 8h às 12h.
O projeto, coordenado pelo curso de Fisioterapia, é pioneiro no município e está em funcionamento desde 2006. A equoterapia é indicada para pessoas com déficit neurológico decorrente de diversas patologias, síndromes de diferentes origens e transtorno do espectro autista (TEA). Além de beneficiar a comunidade por meio das pessoas atendidas, a iniciativa integra a formação dos estudantes de Fisioterapia e Medicina Veterinária, fortalecendo a responsabilidade social do Centro Universitário por meio da promoção da saúde física, emocional e cognitiva com o auxílio de cavalos.
Reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina desde 1997 como prática terapêutica eficaz, a equoterapia utiliza o cavalo como agente de desenvolvimento físico, psicológico e social. A atividade estimula o equilíbrio, a coordenação motora, a autoestima, a comunicação e o vínculo afetivo, como destaca o professor Fabrício, que atua há quase duas décadas no projeto. “É cientificamente comprovado que a equoterapia melhora o equilíbrio, a postura e promove avanços que vão além do físico, como afetividade e socialização. O poder transformador do cavalo é impressionante”, afirma.
As sessões têm duração média de 30 minutos e são acompanhadas por equipe técnica especializada. A prática é indicada para crianças a partir dos dois anos e pode contemplar adultos com diferentes diagnósticos, como paralisia cerebral, síndrome de Down, transtorno do espectro autista (TEA), acidente vascular encefálico (AVE) e outras disfunções neurológicas. Os participantes são chamados de praticantes — termo utilizado para designar pessoas que realizam a equoterapia.
Vinícius Andrade Levate é o praticante mais antigo do projeto. Portador de paralisia cerebral, ele conta que o cavalo representa mais do que uma terapia: é símbolo de afeto, conexão e história familiar. “O cavalo sempre foi uma paixão herdada do meu avô. Quando estou montado, sinto uma paz que não consigo explicar. Aqui, essa paixão se transforma em cuidado, bem-estar e saúde. É algo que quero compartilhar com outras pessoas”, diz.
Aprendizado na prática e cuidado compartilhado
Para os alunos envolvidos, o projeto representa uma experiência única de aprendizado. Jaqueline dos Anjos Lima, estudante de Fisioterapia, ressalta o impacto positivo da vivência. “É gratificante ver a alegria dos praticantes durante as sessões. A equoterapia contribui para o desenvolvimento motor, o controle da ansiedade e o estímulo à interação. Essa experiência reforça nossa vocação para o cuidado com o outro”, afirma.
Além dos estudantes de Fisioterapia, o projeto também conta com a participação de alunos de Medicina Veterinária, responsáveis pelo acompanhamento da saúde dos cavalos. “Nosso papel é garantir que os animais estejam saudáveis e aptos a exercer sua função terapêutica com segurança. Cuidamos do cavalo e colaboramos para essa conexão entre ele e o praticante”, explica Jamilly Silva Rodrigues Corrêa, aluna do terceiro período de Medicina Veterinária.
O impacto da equoterapia é percebido de forma concreta por quem vivencia o processo. Maria Helena Souto da Silva, mãe da praticante Bruna, relata os avanços da filha desde o início do acompanhamento. “Ela sempre gostou de cavalos, mas foi aqui que vimos um desenvolvimento ainda maior, tanto físico quanto cognitivo. É uma das terapias que ela mais aprecia, e isso se reflete no dia a dia dela”, conta.
Como participar?
As inscrições para o projeto permanecem abertas durante todo o ano e seguem critérios de avaliação técnica. Antes de iniciar as sessões, os interessados passam por triagem na Clínica-Escola da FAMINAS, que verifica a adequação do caso à prática terapêutica. A inclusão de novos praticantes depende da disponibilidade de vagas e da lista de espera, atualizada semestralmente.