Entendimento verde para os temas de amor

A Lei de Amor impõe que as criaturas se respeitem

“Quando a família cambaleia, a sociedade rui” – Frei Francisco de Monte Alverne

Segundo Emmanuel , o nobre Mentor de Chico Xavier, “(…) para que o lar não se converta de bendita escola que é, em pouso neurótico, albergando moléstias  mentais dificilmente  reversíveis,   é necessário  o entendimento amadurecido em torno da  reencarnação, nas bases da família sob o beneplácito da Lei do Amor”.   

E continua o amorável e lúcido Mentor: “(…) os débitos contraídos por legiões de companheiros de humanidade, portadores de entendimento verde para os temas de amor, determinam a existência de milhões de  uniões supostamente infelizes, nas quais a reparação de faltas  passadas confere   a  numerosas  ligações  sexuais,  sejam  elas   ou   não acobertados  pelo pálio das leis humanas, o aspecto  de  ligações francamente expiatórias, com base no sofrimento purificador…

Completa André Luiz : sem  entendimento e respeito, conciliação  e afinidade  espiritual,  torna-se difícil o  êxito  no  casamento; pois,  por  muito  se nos  impessoalizem  os  sentimentos,  somos defrontados,  em família, pelas ocasiões de provas ou de  crises, em que nos inquietamos, gastando tempo e energia para ver  nossos filhos  ou parentes na trilha que consideramos como sendo a  mais certa…”

Com Kardec aprendemos : “o divórcio é lei humana que tem por  objeto separar  legalmente  o  que  de fato já  está  separado. Não  é contrário  à  Lei  de Deus, vez que apenas reforma  o  que  os homens hão feito, e, só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a Lei Divina.  Nem    mesmo   Jesus    consagrou    a indissolubilidade absoluta do casamento. Disse Ele: “foi por causa   da  dureza  de  vossos  corações  que   Moisés   permitiu despedísseis vossas mulheres”.  

Isso significa que, já ao tempo de Moisés, não sendo a afeição mútua a única determinante do  casamento,  a separação  podia  tornar-se necessária. Acrescenta,  porém:  “no princípio não foi assim”, isto é, na origem da humanidade, quando os  homens  ainda  não estavam pervertidos pelo  egoísmo  e  pelo orgulho  e viviam segundo a Lei de Deus, as uniões, derivando  da simpatia, e não da vaidade ou da ambição, nenhum ensejo davam  ao repúdio…”

Em total sintonia com a Codificação Kardequiana, aduz Francisco de Monte Alverne :  “como é verdade que se não devem algemar duas almas   que   se   antipatizam,   permanecendo   inamistosas    e consequentemente  insatisfeitas  conjugalmente,  não  se  tem o direito de vincular pela licitude do matrimônio dois imaturos que se buscam exclusivamente pelo prazer da libido desordenada.

(…) Mas, também é verdade que o cristão não se pode permitir, e o Espírita em particular,  as  sensações ligeiras, as resoluções apressadas e a tomada de decisões,  tendo em  vista apenas e exclusivamente o gozo, o atender  das  paixões que logo passam, deixando o ressaibo da amargura, da frustração e do desencanto…

A Lei de Amor impõe que as criaturas se elejam, mas também exige que se respeitem, que se sustentem na dificuldade, que se apoiem reciprocamente, enquanto  vige  o vínculo   da   atração  carnal,  ou,  quando   este   se   dilui, sustentando-se na fraternidade, que deve – um dia – unir todas as criaturas como verdadeiros irmãos.  O matrimônio, portanto, é atestado inequívoco do estado emocional, social e espiritual de uma comunidade.  (…) Quando o sexo é exercido sem responsabilidade, o matrimônio nada consegue fazer, senão facilitar a exaustão dos sentidos e diluir, no deterioramento do respeito humano, a consideração  que  todos devemos ter uns pelos outros, facilitando o suporte da  corrupção dos  costumes,  mediante a chamada manifestação  do  sexo  livre, portanto, degenerado…

Jesus, em participando das Bodas de Caná, atestou a alta consideração que devotava à união de  dois  seres que  se  respeitavam  e que partiam para  a  edificação  da  meta familiar, o grande alicerce da comunidade humana”.

Como ainda vivemos sob a pedagogia das dores das “provas e expiações”, temos, muitas vezes, na família, o cadinho esfogueante no qual temperamos os  caracteres difíceis na incessante busca da harmonia e perfeição.  Mas a família que elege o Evangelho de Jesus como  norma  de  conduta  tem – necessária  e consequentemente – maiores chances de  sucesso.   Nunca esqueçamos que somos Espíritos calcetas, endividados, acostumados aos erros e ainda indóceis…  Mas, agora, com os ensinamentos de Jesus clareados pela Doutrina  Espírita,  ficará mais fácil (se quisermos) errar menos e acertar mais, conscientes de  que,  conforme assertiva de Emmanuel : “(…) em  família,  temos aqueles que permanecem conosco para o nosso amor e aqueles que se demoram conosco para a nossa dor.”  

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