Editorial 28/02/2020
Parece que o presidente Jair Bolsonaro gosta mesmo é de estar no topo dos noticiários. Se já não lhe bastasse ser o presidente da República, o que por si só já é notícia onde quer que ele esteja, ele demonstra uma necessidade de conviver com uma disputa permanente com jornalistas, com o Congresso, com o Judiciário e principalmente com os novos adversários que vai angariando e deixando pelo caminho. Entre idas e vindas, mordidas e assopros, ele vai costurando as suas polêmicas, como se sentisse necessidade delas para governar.
Se é esse o seu pensamento, ele está na contramão de tudo que se prega. O que o país precisa hoje é de pacificação. Atacar jornalistas e criar atritos com o Congresso num momento em que o país precisa aprovar as reformas administrativa e tributária não é o melhor caminho. Fomentar a ira e o ódio só trará dificuldades para o seu governo, até porque, o presidente pode, mas não pode tudo. Está certíssimo o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em declaração recente a respeito dos últimos episódios protagonizados pelo presidente: “Criar tensão institucional não ajuda o país. Só a democracia absorve sem violência as diferenças da sociedade. Acima de todos está o respeito às instituições democráticas”. Faz sentido, não?