Curso de formação para mil novos investigadores é iniciado em Belo Horizonte
Ferramentas tecnológicas e o cruzamento de dados da investigação cientifica são temas que farão parte da rotina do curso de formação dos 1.000 novos investigadores aprovados no último concurso, realizado em 2014. Com a pedagogia voltada para o serviço de inteligência na investigação e aplicação dos direitos humanos na atividade policial, o curso teve sua estreia nesta segunda-feira (15), na Federação Israelita, no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte.
“Ser policial requer, antes de tudo, disposição para servir às pessoas, sem julgamentos, com profissionalismo e absoluto respeito à dignidade”, discursa a chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Andrea Vacchiano, durante a solenidade de abertura.
De acordo com o diretor da Academia de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Acadepol), delegado Anderson Alcântara, a grade curricular do curso foi criada pela Divisão Psicopedagógica, com a abordagem na investigação tecnológica e científica, além da sensibilização com os direitos humanos. Tudo pensado com objetivo de preparar o novo policial civil para lidar com a investigação, com precisão e olhar humanizado.
Ainda segundo o diretor, o curso de formação foi enriquecido com seminários e palestras. Para este propósito, foram convidados juristas, assistentes sociais, comunicólogos, profissionais de Direitos Humanos, entre outros profissionais. Em destaque, estão temas como “O papel da polícia no enfrentamento do racismo e antissemitismo”, “Diferentes perspectivas nos direitos humanos” e “Relação entre polícia e mídia”.
Outra novidade relembrada na solenidade foi a recente inauguração do Centro de Treinamento e Ação Policial Delegado Elson Matos (TAP), na Acadepol. “O espaço reproduz situações de enfrentamento no cotidiano do policial civil. São realizadas, por exemplo, aulas de táticas para o cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão, combate, entrada e progressão em ambientes fechados”, completa o delegado.
O curso terá duração de cinco meses, com aulas teóricas e práticas, na Acadepol, localizada no bairro Nova Gameleira. As aulas serão ministradas por diversos profissionais do quadro da Polícia Civil, entre delegados, peritos, médicos legistas e escrivães.
PERFIL DOS INVESTIGADORES – A faixa etária predominante entre os 1.000 novos investigadores nomeados é de 26 a 35 anos. Aproximadamente 55% são do sexo masculino. Além disso, mais de 900 candidatos moram em Minas Gerais, sendo 43% residentes na capital. Entre os nomeados, 438 têm formação em Direito e 56% possuem dois cursos superiores ou especialização e/ou mestrado.
Durante o concurso, 10% das vagas foram oferecidas a pessoas com deficiência, observada a exigência de compatibilidade para as atribuições do cargo. Nos casos em que não houve candidatos nesse perfil, as vagas foram preenchidas por outros aprovados, observada a ordem de classificação.
INVESTIGAÇÃO TECNOLÓGICA – Um exemplo da realidade de investigação no estado é a utilização da biotecnologia no combate à criminalidade. Minas Gerais é o terceiro maior colaborador para a inserção de dados de perfil genético em geral (DNA) de criminosos – além de vestígios e aqueles relacionados a pessoas desaparecidas – na rede nacional denominada RIBPG (Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos), utilizada pelas polícias de todo o território nacional.
A gestão do banco de dados é feita pelo Instituto de Criminalística (IC) de Minas Gerais, por meio de seu Laboratório de DNA Forense.