Criado o SINDIMODA, o sindicato dos confeccionistas de Muriaé e região
O SINDIMODA é o novo sindicato intermunicipal dos confeccionistas e empresários do ramo do vestuário de Muriaé e região. O objetivo é fortalecer o setor e reunir as demandas específicas da região e encaminhá-las para a representação a nível federal em busca de apoio.
O presidente do SINDIMODA, o empresário Carlos Magno de Oliveira, afirma que, entre os planos de gestão à frente do sindicato, está a elaboração de um planeamento estratégico de forma participativa, com a finalidade de gerar uma agenda de ações, a qual se estenderá e priorizará as demandas das empresas filiadas. “Pretendo mobilizar a união dos empresários do setor de confecções, o qual representa uma boa parte econômica do município de Muriaé e tornar o SINDIMODA forte e expressivo, para proporcionar às empresas filiadas grandes conquistas, promovendo ações visando o desenvolvimento e fortalecimento das empresas”, afirma.
Devido à crise econômica e política que assola o país, do segundo semestre de 2015 até o momento, 30 empresas do setor fecharam em Muriaé, o que resultou na perda de cerca de mil empregos. “Precisamos também estar voltados para criar novas ferramentas para desenvolvimento das indústrias, para quando ocorrer situação assim, sentirmos o mínimo possível. Somente poderemos minorar ou dissipar os problemas que afligem as nossas empresas através de um trabalho coletivo, que fortaleça e promova o setor que representamos. Assim, ampliaremos o universo dos empregos formais e aumentaremos a riqueza circulante na nossa base, contribuindo para a promoção de um desenvolvimento economicamente sustentável e socialmente inclusivo”, salienta Carlos Magno.
Outra meta do presidente do SINDIMODA é lutar para o restabelecimento do Senai, que, segundo ele, é de “grande importância na formação de mão de obra qualificada”.
A primeira assembleia do sindicato foi realizada na última sexta-feira (7), na Casa da Amizade, quando também aconteceu a fundação do SINDIMODA. Estiveram presentes a diretoria do sindicato, confeccionistas e autoridades da região, como os quatro prefeitos convidados representando Muriaé (Grego), Eugenópolis (Vasco Navarro Rodrigues Caldas, Vasquinho), Patrocínio do Muriaé (Dr. Paulo Aziz) e Rosário da Limeira (José Maria Pinto da Silva).
O vice-presidente da FIEMG – Regional da Zona da Mata, Francisco José Campolina Martins Nogueira, conta que a luta pela criação do SINDIMODA vem há oito anos. “Vão fazer 10 anos que eu estou na Federação da Indústria e têm 10 anos que existe a FIEMG da Zona da Mata. Há oito anos estou sendo cobrado para a realização desse evento. Mas não é só isso. A primeira luta foi para trazer o Senai para Muriaé, para se ter uma escola profissionalizante. Concluindo isso, tivemos uma demanda pela criação do sindicato. Criar um sindicato é um processo diferente, pois para se criar um sindicato tem que ter uma autorização do ‘sindicato-mãe’, do sindicato que já o é. O estado de Minas Gerais tem um sindicato patronal que abrange todas as regiões não oficiais que não tenham sindicato no estado, e Muriaé estava diretamente ligada ao sindicato patronal de Belo Horizonte”, relata.
Segundo Francisco, estar diretamente ligado ao sindicato de Belo Horizonte era algo ruim para Muriaé e cidades da região, porque a realidade da cidade é diferente da capital mineira. “Quando o sindicato de Belo Horizonte vai negociar uma folha de pagamento, por exemplo, ele vai negociar o salário na realidade de Belo Horizonte. É claro que Muriaé e cidades da região têm um custo diferente. E nós não podemos pagar o mesmo salário em Muriaé do que é pago em Belo Horizonte, que tem 4 ou 5 milhões de pessoas, com um custo totalmente diferente. Isso faz com que os produtos de Muriaé fiquem mais caros”, exemplifica.
Apesar das reivindicações pela abertura do sindicato da categoria em Muriaé, estava difícil conseguir a autorização do sindicato de Belo Horizonte. O primeiro passo foi a criação de uma delegacia, a qual fez com que unissem os empresários em torno de um ideal. “A partir daí, comecei a frequentar mais Muriaé, fazendo mais ações e projetos. O ex-presidente do sindicato de Belo Horizonte faleceu e o vice que assumiu tinha uma visão diferente e já conhecia o Carlos Magno, que frequentava reuniões em Belo Horizonte e tinha voto no sindicato. Em três meses o sonho tornou-se realidade”, diz o vice-presidente da FIEMG Zona da Mata.
Esteve também presente no evento o Ricardo Vieira, representante da empresa Dunasplus. A Dunasplus é um Fundo de Investimento em Direito Creditório (FIDC) que auxilia as empresas na gestão de seus recebíeis. “É um privilégio para a Dunasplus ser patrocinador deste momento tão importante para todos nós. Os empresários confeccionistas podem contar com a parceria da Dunasplus para solução das necessidades financeiras de suas empresas”, afirma.
Além de Muriaé, outras 22 cidades – Antônio Prado de Minas, Barão do Monte Alto, Carangola, Cataguases, Dona Euzébia, Ervália, Eugenópolis, Fervedouro, Laranjal, Leopoldina, Miradouro, Miraí, Palma, Patrocínio do Muriaé, Pedra Dourada, Recreio, Rosário da Limeira, São Francisco do Glória, São Sebastião da Vargem Alegre, Ubá, Vieiras e Visconde do Rio Branco – e os distritos de Bom Jesus da Cachoeira (Muriaé) e Santo Antônio do Glória (Vieiras) fazem parte do SINDMODA.
O prefeito eleito de Eugenópolis, Vasco Navarro Rodrigues Caldas (Vasquinho), aprovou a iniciativa. “Gostei muito da reunião. Acho essa uma proposta muito boa. Nós, como prefeitos, estamos aqui para apoiar”, afirma.
O vice-prefeito de Eugenópolis, Maurício da Silva Milani, frisa que fará o que for melhor para a população e para a classe empresarial de seu município. “Devido à crise no Brasil, todo apoio que tivermos do sindicato será bom. Vamos precisar de parcerias. O que pudermos fazer para melhorar a nossa cidade, a qualidade de vida dos cidadãos, nós vamos fazer, como aumento de emprego e renda”, ressalta.
O prefeito eleito de Rosário da Limeira, José Maria, considera “louvável” a iniciativa da criação do sindicato. “Esta é uma iniciativa louvável dos empresários do setor de confecção. Em Muriaé, por exemplo, este é um setor fundamental para o desenvolvimento da cidade e municípios vizinhos. Acredito muito na diretoria que assumiu. Vamos, com certeza, desenvolver muitas parcerias e projetos em conjunto”, diz.