Construtores, construções, obras…
Jesus desceu à esfera dos homens e entregou-Se à obra do amor infatigável
“Brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as suas boas obras”. – Jesus. (Mt., 5:16)
Segundo nosso querido Divaldo Franco , “(…) a construção material, por mais complexa, é possível de ser erguida com relativa facilidade. Mas a de natureza moral demanda tempo, exige tenacidade, começos e recomeços até se tornar sólida, resistente a qualquer devastação…
O aplainar das arestas morais é mais sacrificial do que o desbastar os minerais, corrigir-lhes as anfractuosidades, moldá-los, enfim…
Por isso mesmo, o Espírito é o construtor da sua realidade, devendo entregar-se com empenho ao mister sem descanso. Qualquer titubeio, surge a ameaça à realização. Um descuido, e abrem-se os canais para o alagamento e desastre da obra.
Judas Iscariotes, por exemplo, não alcançara a dimensão do reino que Jesus viera fundar: reino sem exterioridades, seria no coração a sua base e no caráter os seus alicerces… De natureza eterna, dispensaria as formas exteriores, erguendo-se com os materiais preciosos que o ideal e o sacrifício elegem.
Suas vigas mestras, seus pilares, são, ainda hoje, a decisão irrecusável e a segurança quanto à excelência do empreendimento”.
Assiste toda razão à nobre Mentora Amélia Rodrigues quando afirma ser “Jesus o Construtor do Reino de Deus que convocou operários para a ação concreta e apresentou os planos no cenário ridente das paisagens humanas vivas, sem ocultar detalhes nem exagerar contornos…
Toda a atividade partiria de dentro para fora do ser, produzindo renovação, e os métodos de ação, diferindo dos tradicionais, seriam fundamentados na mansidão, na humildade, na doação plena, e cimentados pelo amor”.
Aprendemos com Emmanuel , que está à nossa disposição, um amplo depósito de materiais de construção, materiais esses constituídos pelo amor, pela humildade, paz, paciência, caridade e fé, visto que, (segundo esse nobre Espírito guia) com o amor estimularemos o amor; com a humildade geraremos a humildade; com a paz em nós ajudaremos a construir a paz dos outros; com a nossa paciência edificaremos a paciência alheia; com a caridade em nosso passo, semearemos a caridade nos passos do próximo; com a nossa fé garantiremos a fé ao redor de nós mesmos…
Atendamos, pois, ao nosso próprio burilamento, porquanto apenas contemplando a luz das boas obras em nós é que os outros entrarão no caminho das boas obras, glorificando a Bondade e a Sabedoria de Deus”.
É ainda o sábio Guia Espiritual de Chico Xavier que nos esclarece : “(…) fé e obras se completam no sistema de nossas relações com a Vida Superior: prece e trabalho; santuário e oficina; cultura e caridade; ideal e realização…
Nesse sentido, Jesus é o nosso exemplo indiscutível, visto que não Se limitou a simples glorificação a Deus nos Paços Divinos, quanto à edificação dos homens. Por amor infinitamente a Deus, na sublime tarefa que Lhe foi cometida, desceu à esfera dos homens e entregou-Se à obra do amor infatigável, levantando-nos da sombra terrestre para a Luz Espiritual”.
Lembra-nos Emmanuel que “(…) não basta a nossa condição de aprendizes do Mestre dos mestres. É indispensável estejamos realmente com Ele, para com Ele colaborar na construção da Vida Melhor”.
Não sem motivos, Gúbio, o nobre instrutor citado por André Luiz em sua portentosa série, ensinou : “(…) o tempo tudo devasta e nos subtrai todos os patrimônios da inferioridade para que a obra do aperfeiçoamento permaneça”.
Finaliza Emmanuel: “(…) Tua obra de hoje é o serviço que o Senhor te deu hoje a realizar. Faze-o do melhor modo, recordando que, apesar da grandeza divina do nosso Divino Mestre, foi Ele, um dia, na Terra, humilde criança, constituindo obra de abnegação e amor para os braços de pobre mãe, recolhida temporariamente à estrebaria, sem conforto e sem lar”.