Com ameaça de apagão, Energisa pede a clientes que poupem energia
Especialistas na área de energia e clima estão alertando sobre o iminente risco de apagão e a previsão é de chuvas insuficientes, mesmo com o fim de período de secas
Especialistas na área de energia e clima estão alertando sobre o iminente risco de apagão. A previsão é de chuvas insuficientes, mesmo com o fim de período de secas. O site do ONS – Operador Nacional do Sistema publicou que os reservatórios das Usinas Hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste operam com apenas 22,7% de sua capacidade de armazenamento. Esses reservatórios são responsáveis por cerca de 70% da geração hídrica do país e estão com os níveis mais baixos dos últimos 91 anos. O volume útil de Furnas está em 18,3% e da usina de Nova Ponte em 12,2%, ainda de acordo com a publicação. Nesse contexto o A Notícia, procurou a Energisa, responsável pelo abastecimento de energia na região, que nos deu orientações de como economizar energia.
Como não há previsão de chuvas e melhora nos níveis dos reservatórios os próximos meses devem ser de atenção para os consumidores. O gerente de Serviços Comerciais da Energisa, Luciano Lima, fez um apelo: “neste momento, todos nós devemos ter em mente a importância da redução do consumo de energia para evitar agravamentos futuros. Estamos todos empenhados, e a Energisa está sensível ao momento. Estaremos ao lado de nossos clientes com orientações sobre formas de reduzir o consumo de energia”, comenta.
Luciano Lima lembrou que o Governo Federal anunciou, no dia 31 de agosto, o Programa Voluntário de Redução do Consumo. “A Energisa esclarece que todos os clientes poderão participar do programa. Não é necessário fazer uma adesão ou inscrição e a medida se aplica também aos clientes da Tarifa Social”, disse.
Na prática, a cada 100 kwh de redução no consumo, o cliente receberá um desconto de R$ 50 na conta de luz, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. A meta de cada consumidor será baseada na média de consumo dos meses de setembro a dezembro de 2020, buscando uma redução mínima de 10% no consumo para ter benefício ao bônus financeiro, limitado a 20% de redução. Todos serão informados, a partir de outubro, sobre a meta de economia de energia mensal e poderão acompanhar se estão atingindo a meta de redução.
O Governo Federal emitiu nota oficial através do Ministério de Minas e Energia, informando que a matriz de geração de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) é composta por diversas fontes de natureza complementar e que “atualmente, está sendo necessária a utilização máxima dos recursos termelétricos, de modo a preservar água nos reservatórios para atender a demanda máxima de energia nos meses de outubro e novembro. A pasta ainda pediu que empresas e consumidores em geral participem de programas de redução voluntária de demanda por energia e alertou que: “Considerando os níveis dos reservatórios e os cenários para o período chuvoso, o país deverá ter que utilizar toda a sua capacidade termelétrica no próximo ano.”
A nota ainda aponta que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou a realização de procedimento competitivo simplificado para contratação de energia para o Sudeste, Centro-Oeste e Sul, de 2022 até 2025. De acordo com o documento, “essa medida visa otimizar do uso dos recursos hidro energéticos disponíveis para enfrentamento do pior cenário de escassez hídrica da história do País, garantindo a segurança no suprimento de energia aos brasileiros”, finaliza.
Energia mais cara
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou, dia 31 de agosto, a criação de uma nova bandeira, chamada de Escassez Hídrica, assim, desde o dia primeiro de setembro, o consumidor está arcando com uma cobrança adicional de R$ 14,20 a cada 100 kWh gastos.
A estimativa pela Aneel e pelo Ministério de Minas e Energia é que o impacto na conta de energia elétrica deve ser de 6,78%, em média. A vigência da nova bandeira segue até abril de 2022. Consumidores de sistemas isolados e os cerca de 12 milhões de usuários inscritos na Tarifa Social, estão fora da cobrança.