A pandemia que assusta
O assunto ainda é o coronavírus. E, por certo, vai permanecer por meses ainda. Do jeito que a doença está se espalhando pelo mundo, pode ser que seja lembrada por anos, como aconteceu com a gripe espanhola, que correu o mundo entre os anos de 1918 a 1920, portanto, exatamente há um século. A doença fez uma infinidade de vítimas no Brasil, vitimando inclusive o presidente eleito, Rodrigues Alves, que nem chegou a tomar posse.
Embora as autoridades estejam dizendo que não há motivos para pânico, é extremamente importante observar que as vítimas do vírus, duplicam, triplicam a cada dia que passa. Neste momento em que estou escrevendo este texto, tenho a informação de que existem 293 casos já confirmados no Brasil. Tomara que eu me engane redondamente, mas no momento em que você estiver lendo esta coluna, procure se informar para saber quantos casos de pessoas infectadas já terão sido confirmados no país. Neste momento é preciso ter muitos cuidados e principalmente responsabilidade. Os países estão fechando as fronteiras, os estados estão suspendendo as aulas nas escolas públicas, as faculdades indo pelo mesmo caminho, shoppings, teatros e casas de shows fazendo o mesmo. Ou seja, tudo sendo feito para se evitar aglomerações. A imprensa fazendo o seu papel num trabalho incansável de informação à população.
Parece que agora o presidente Jair Bolsonaro foi acordado pelo seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e começou a aparecer em coletivas na televisão usando máscara discursando sobre o tema para o distinto público. Mas em princípio, não deu a mínima atenção ao caso, que classificou de exagero da imprensa inimiga para atingi-lo. No domingo passado, ignorou ordens médicas de isolamento e participou de uma manifestação da extrema direita que pedia histérica o fechamento do Congresso. Cumprimentou pessoas pegando nas mãos e fez selfies, como se estivesse em campanha. Foi um mau exemplo de um chefe de Estado em um momento em que se exige isolamento de toda a população. Há dias ele declarou que há uma “histeria” em torno do coronavírus. Total irresponsabilidade, que não se coaduna com a liturgia do cargo que exerce e que teria que ser o primeiro a se preocupar com a saúde do povo que o colocou lá. A revolta da população com essa nova realidade epidêmica já está trazendo de volta os famosos panelaços que ajudaram a derrubar o governo petista.
O momento exige responsabilidade de todos que têm poder de mando, para mostrar à população que o Brasil tem comando e que o enfrentamento dessa pandemia depende da união de todos, sem exceção.