A boa surpresa do ENEM 2019

Sem dúvida alguma enganaram-se aqueles que estavam pensando que a ideologização iria continuar presente nas questões do ENEM. O Brasil mudou e as coisas vão entrando nos eixos. O tema da redação este ano: “Democratização do Acesso ao Cinema no Brasil”, foi um tema enxuto e oportuno e, acima de tudo, deixou os “críticos de esquina”, que já estavam preparados para uma crítica ofensiva ferrenha, com as calças na mão.

Mas ainda tem muita coisa para mudar nesse país de todos nós, mas “ocupado” durante tanto tempo por uma turba irresponsável, que teimam em não desagarrar-se de um poder que o povo já retirou através do exercício democrático do voto. É que democracia continua a ser um termo vago e estranho para essas mentalidades vazias que ocupam a maior parte das cátedras das nossas Universidades Públicas, entidades que de “Universitas” (seu termo de origem) não têm mais nada, resumindo-se apenas ao estudo e propagação de alguns poucos alfarrábios de Marx e Gramsci, já corroídos pelo tempo e pelas traças.

Na reportagem de um canal de internet, foi abordada uma prova da USP para admissão em curso da área de saúde daquela entidade pública. A carga ideológica das questões chega a ser irritante para o mais calmo dos leitores, acontecendo o mesmo em provas anteriores de outras Universidades (?) públicas.

A Deputada Janaína Paschoal denunciou no Congresso esses “ideologismos” absurdos e pediu a anulação dos certames realizados pela Universidade.

Está faltando uma ação mais severa em relação a esses desmandos, cabendo inclusive a responsabilização financeira  dos “idealizadores” das questões pela reimpressão das provas.

O ENEM é um excelente instrumento para medir a qualidade do Ensino Médio em nosso país e se usado corretamente terá imensa utilidade não apenas como instrumento de medida de qualidade do ensino, mas, acima de tudo, como elemento de conscientização da importância da melhoria da qualidade da educação formal.

Um Ensino Fundamental e um Ensino Médio de qualidade serão instrumentos  fundamentais para o cerceamento das ideologias nos cursos superiores e a implantação de um ensino voltado para a qualificação do futuro profissional emanado das cadeiras universitárias.

Não é à toa que as Universidades Europeias e dos EUA estão muito além das nossas em termos de qualidade. Basta atentarmos para o rol de classificação das entidades de ensino superior no mundo todo. O pior de tudo isso é que verbas não faltam em nosso país, pois embora os nossos “reitores” reclamem de escassez de recursos, as nossas entidades gastam mais, por ano, do que muitas Universidades dos EUA ou da Europa, demonstrando claramente a diferença entre “gasto” e “investimento”.

Todos os anos especulava-se sobre o esperado tema do ENEM e os especialistas em adivinhação sempre colocavam temas ideologizados em suas expectativas. Um outro problema sério era o surgimento de “cursinhos” para a preparação dos alunos, pois o ENEM é a porta principal para o ingresso nos cursos superiores. O ENEM deveria se reservar apenas ao papel de medidor da qualidade do Ensino Médio, para que os órgãos de educação agissem para melhorar o ensino nas escolas existentes. “Cursinhos Preparatórios” para as provas do ENEM, desvirtuam o processo e dão mais oportunidades àqueles que frequentam os tais cursinhos.

A democratização do ensino passa pela melhoria da qualidade das escolas públicas e privadas, independentes de cursinhos preparatórios como meio de ingresso às Universidades. Quanto às provas ideologizadas em Universidades públicas é um mero caso de ação judicial ou… policial.

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