CDL ACE Muriaé pede mais atenção do comitê Covid-19 às demandas do setor produtivo da cidade
A CDL ACE Muriaé realizou, na última sexta-feira (10), uma reunião com representantes da classe produtiva da cidade, para a qual convocou todo o comitê extraordinário da Covid-19. Apesar disso, apenas a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Solange Montesano, compareceu à reunião. O SEBRAE, parceiro da entidade, também esteve representado.
De acordo com Henrique Lourenço, presidente da CDL Jovem, toda classe comercial e industrial do município vem seguindo, desde março, as regras e recomendações do comitê Covid-19, mas têm sentido falta de retorno por parte da Prefeitura. “Estamos enviando nosso 12º protocolo ao comitê e, até o momento, apenas dois foram respondidos. Durante o período de fechamento do comércio, os casos na cidade continuaram subindo, o que mostra que o comércio não é o vilão”, contou.
Henrique também ressaltou que muitos dos dias e horários estipulados para o funcionamento do comércio não são compatíveis com determinadas cadeias produtivas. Ele ainda falou sobre a importância da população no papel de fiscalização. “A sociedade também precisa se policiar, evitando as aglomerações, e atuando na vigilância das pessoas próximas”, completou.
O vice-presidente da CDL ACE Muriaé, Leandro Latini, questionou a falta de representatividade da entidade no comitê, cuja participação vem sendo solicitada desde o início da pandemia. “O fechamento só se justificaria para uma preparação da área da Saúde, o que não vimos de fato. Não houve qualquer planejamento para o período pós-pandemia, para a recuperação econômica do município”, disse. “É preciso pensar em soluções adequadas para cada setor. Não se pode impedir o funcionamento de sorveterias aos finais de semana e as academias de manhã e à noite, por exemplo. O auxílio do Governo Federal às empresas está acabando e muitos estão em seus últimos suspiros”, ressaltou.
O presidente da entidade, Gustavo Ferreira de Oliveira, reclamou a falta de outros membros do comitê extraordinário à reunião, pois era a oportunidade de ouvirem as demandas dos diversos setores produtivos da cidade. “Precisamos de respostas”, disse o presidente. “É momento de voltar a trabalhar, obviamente com todos os cuidados, pois só permanecer em casa não resolverá a pandemia”.
“Os estabelecimentos comerciais mostraram, desde o início deste período, que estão aptos a acatar e trabalhar dentro de todas as regras definidas pelo comitê, como o distanciamento, limpeza e limite de pessoas. Apesar disso, vemos que o comitê, apesar de amplamente técnico, não tem apresentado atitudes concretas voltadas ao setor produtivo. É preciso lembrar que a geração de emprego e renda no município só acontece graças à nossa cadeia produtiva, que vem sendo amplamente prejudicada”, completou o presidente.
Gustavo também evidenciou a preocupação da entidade com a Saúde no município. “Sabemos da importância da Saúde de todos, da nossa população. Por isso, entramos em contato com a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas e com o Governo do Estado, solicitando celeridade na liberação dos oito respiradores prometidos pela Secretaria Estadual de Saúde a Muriaé”, revelou.
A representante do SEBRAE Muriaé na reunião, Érica Becari, revelou que que já foi apresentado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico um projeto de recuperação, com início previsto para agosto, e que também estão sendo verificadas linhas de crédito para auxiliar na retomada do comércio e indústria na cidade.