A segurança pública
Um dos problemas mais crônicos que assolam a sociedade brasileira é a questão da segurança pública. Entra governo, sai governo e a incômoda situação persiste como uma doença incurável enraizada bem no âmago da sociedade.
A segurança pública é mais uma demanda que precisa entrar urgentemente na agenda de prioridades de medidas a serem adotadas pelos governos, numa ação conjunta que envolva os representantes da União, dos estados e, principalmente, o Legislativo com uma atuação mais consistente, a fim de modernizar a legislação e dar respaldo ao Judiciário para que ele possa tomar as medidas cabíveis e tentar mitigar o problema que anda apavorando a população brasileira.
O fato inquestionável é que, enquanto os estados e a União discutem a questão da responsabilidade e da competência, ou seja, a quem cabe promover a segurança do cidadão, a violência vai imperando e tornando a sociedade refém de um sistema que esbarra nos erros, nas omissões, na leniência, na falta de zelo e na falta de vontade política, para que se possa extirpar, ou pelo menos, reduzir os efeitos desta doença crônica que há anos só vem crescendo no meio da população.
São várias as causas que contribuem para o crescimento da violência. Essas causas, diariamente são debatidas e cobradas das autoridades competentes pelos órgãos de comunicação devido ao seu efeito mais nefasto, que é, sem dúvida, a insegurança do povo que se vê tolhido no seu direito de ir e vir com liberdade. Segurança pública tornou-se uma demanda infinita no país. Nunca se viu tanta dor no meio da sociedade nos últimos anos, por causa das tais balas perdidas – ou achadas – por crianças e pessoas inocentes, resultado das constantes guerras entre facções criminosas que atuam nas grandes metrópoles e em todo o seu entorno.
A superpopulação nas áreas urbanas, especialmente nos morros, onde se aglomeram as pessoas de menor poder aquisitivo, com as suas moradias precárias e na maioria das vezes irregulares, em locais onde a educação é falha e o consumo de drogas impera, torna-se uma infinita formação de embriões da criminalidade. Junte-se a tudo isso o poder paralelo representado pelas milícias, fazendo com que, ao final de tudo, o conjunto da obra seja sempre uma lera de acontecimentos trágicos.
É fato inconteste que violência gera violência. No domingo passado, por exemplo, foi morto pela polícia militar da Bahia, Adriano da Nóbrega, um ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) do Rio de Janeiro, integrante de milícia, que tinha na sua conta a acusação de cerca de 18 assassinatos consumados. Com todo esse currículo de crime, era previsível que terminasse da forma que terminou. E para não ser diferente de outras, sua morte ainda anda causando polêmica.
É imperativo que os poderes constituídos tenham programas específicos de segurança pública, para dar um pouco mais de tranquilidade à sociedade que anda clamando por socorro.
Tomara que o Capitão deixe de declarar guerra aos governadores dos estados e junte-se a eles no propósito de buscar soluções para debelar essa verdadeira guerra sem fim que vem aterrorizando a sociedade. Está escrito na Carta Magna: Gozar de segurança é um direito do cidadão e promovê-la e um dever do Estado.