As drogas e a violência

Enquanto a mídia e todos no país estão com as suas atenções voltadas para as questões políticas, econômicas e, principalmente, para não se perder no tempo todas as armas que o país ganhou até agora na luta contra a corrupção sistêmica, no que também está certo, há outras questões de grande interesse da sociedade que vão ficando pelo caminho, sem que as autoridades tomem as providências cabíveis para resolvê-las, ou, pelo menos, para tentarem mitigá-las, para dar um pouco mais de alento à população.

Uma delas é a questão das drogas, cujo enfrentamento deve ser feito sem nenhuma trégua, seja através de atividades repressoras no caso do tráfico, ou seja tratando-a, em alguns casos específicos como uma questão de saúde pública, no caso dos usuários.

Vale lembrar que durante a campanha eleitoral para presidente, no ano passado, tínhamos a plena consciência das dificuldades econômicas e políticas que o governo que se iniciou em janeiro iria enfrentar. De um lado, questões ideológicas de uma direita radical e desequilíbrio total e, do outro, a cegueira quase psicótica de uma esquerda, em função de um único objetivo: colocar o seu principal líder fora das grades. Com uma eleição polarizada entre a esquerda e a direita, nenhum dos candidatos com mais chances de chegar ao Planalto, chegou a colocar na pauta de prioridades a discussão sobre uma política séria de combate às drogas e, principalmente, sobre a questão da violência.

Todos nós sabemos que uma das causas mais marcantes da violência que intranqüiliza a sociedade nos dias atuais está intimamente ligada às guerras fomentadas por quadrilhas que operam no narcotráfico e que o empenho no sentido de atender essa demanda da população – Segurança Pública -, passa necessariamente pela repressão feita pelas autoridades ao tráfico de drogas.

Na contramão de tudo que se vê, quando o assunto se refere às drogas, há algum tempo que existe no Brasil um movimento em ascensão a favor da descriminalização da maconha liderado por alguns políticos, artistas e intelectuais.

Ora, se até o uso do fumo e do álcool, que são consideradas drogas lícitas, têm sido alvo de pesadas campanhas contrárias devido ao mal que andam fazendo à saúde da população, a descriminalização da maconha seria um grande contra-senso, pois além de causar a reconhecida dependência, é a porta de entrada para outras drogas mais pesadas e o caminho mais curto para desestruturação das famílias.

Na esteira do consumo de drogas, cresce em todas as cidades o uso do crack, o mais destruidor dos derivados da cocaína, uma droga, que quando utilizada, chega ao cérebro em segundos, vicia em poucos dias e vira pesadelo permanente, afetando em poucos meses vários órgãos como o próprio cérebro, o coração e os intestinos.  Com seu efeito devastador não escolhe cor, gênero, religião ou classe social, invadindo a sociedade e escravizando milhares de pessoas.

Além dessas considerações, verifica-se que todos os estudos feitos até aqui apontam para a certeza de que o narcotráfico e o consumo de drogas pesadas são os maiores geradores da violência que impera na maioria das cidades brasileiras, não só as grandes metrópoles, mas também as pequenas cidades, uma vez que tanto o uso como o tráfico estão se interiorizando.

Portanto não se pode negar que há um vínculo muito grande entre o consumo e o tráfico de entorpecentes com toda essa violência da qual somos testemunhas. Violência urbana e as drogas formam uma parceria de causa e efeito que vem provocando um verdadeiro extermínio de pessoas. Com a palavra as autoridades.

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