A economia e o “economês”

Interessante a forma como se fala de Economia . De tanto ouvirmos falar de crises financeiras, nacional e internacional, mesmo sendo leigos no assunto, vamos aprendendo a conviver com situações e palavras do “economês”, que  embora não dominando a matéria, passamos a  utilizá-las, como se fizessem parte da nossa intimidade.

Na época de inflação alta, por volta dos anos 80 até a entrada em vigor da URV (Unidade Real de Valor), cruzeiro real e posteriormente o real, moeda que hoje utilizamos, as palavras mais ouvidas eram indexação, desindexação, e espiral inflacionária. A todo instante diziam os economistas: precisamos “desindexar” a economia; fazendo isto, vamos acabar com a “espiral” inflacionária.

Confesso que a minha ignorância, que nada tinha de econômica, não me permitia entender bem o que queriam dizer os economistas. Só sei que era uma correria dos preços tentando acompanhar os índices inflacionários, que eram forçados para cima, devido a remarcação, formando um círculo vicioso, que os salários não conseguiam acompanhar.

E hoje, em dias de crise financeira em boa parte dos países que se rendem ao poderio econômico de poucos, a pergunta que se faz é a seguinte: você sabe o que significa mercado? Pois é. Este é o tema do momento. O mercado é tão importante neste período de turbulência econômica, que deram vida e alma para ele. Tudo depende do mercado. Basta pegar os jornais que vamos ver estampadas as seguintes manchetes: “Depende do mercado regulador”; “O mercado está estressado”; “O mercado está nervoso”. Na economia de hoje, tudo depende de como o mercado vai reagir. Parece-nos que esse “mercado” não tem mesmo jeito. A julgar pela força, vida e até alma que os operadores da economia deram para ele e a julgar pelas falcatruas e pecados cometidos, esse tal mercado, se morrer, certamente estará condenado ao “fogo eterno”.

É o capitalismo selvagem, já dizia o cantor de pop rock. Volatilidade de ativos, commodities, spread, derivativos, superávit primário, são expressões, ou melhor, são verdadeiros “palavrões,” para a maioria dos brasileiros, que as ouvem, convivem com elas, mas não sabem do que se trata.

E assim, mesmo sem entender o “economês”, vamos convivendo com estas situações e verdadeiros jogos de palavras, mas, totalmente conscientes de que a esperança de crescimento do país, deve estar concentrada, não na remuneração do capital, mas na capacidade de produzir e  na força do trabalho de seu povo.

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