Operação contra sonegação fiscal prende gerente de fabricante de rações em Muriaé
Muriaé foi uma das cidades alvo da operação “Pet-Scan II”, deflagrada na quinta-feira (24), pela Receita Estadual de Minas Gerais. Um gerente de vendas do Grupo Lupus – fabricante de rações animais, suspeita de sonegar mais de R$ 200 milhões em impostos, acabou preso na cidade.
Alvo dos mandados, o Grupo Lupus tem sede em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O grupo se identifica como o maior de pet food do Brasil e o oitavo no mundo. A reportagem do G1 não conseguiu contato com o conglomerado de empresas até o fechamento desta edição.
A filha de um dos donos da empresa também foi presa, no bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde ainda foram apreendidos documentos. Ela é suspeita de envolvimento nos processos de sonegação.
No total, a Receita busca cumprir quatro mandados de prisão e 21 de busca e apreensão em 11 municípios do estado. A estimativa é que tenham sido sonegados cerca de R$ 270 milhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A operação, batizada de “Pet-Scan II”, é realizada pela por uma força-tarefa formada pela Receita Estadual, Polícia Civil e Ministério Público de Minas.
“As pessoas continuaram um esquema milionário e não refrearam suas atitudes delinquentes nem mesmo com a primeira etapa da operação Pet-Scan. Os envolvidos intensificaram o esquema de sonegação fiscal na certeza de uma impunidade, impunidade que não aconteceu porque estão presos agora”, disse o promotor Hugo de Moura Lima.
As ações desta quinta-feira (24) são desdobramento da primeira fase da operação, realizada em dezembro de 2016. A investigação aponta a venda de mercadorias sem nota fiscal, notas emitidas em nome de “laranjas”, subfaturamento para reduzir o valor do imposto a ser pago e venda de rações para pet como se fosse para animais de produção, que é isento de ICMS. Uma das práticas da indústria era a “venda com meia nota”.
De acordo com a Receita Estadual, parte das notas fiscais era emitida em nome de produtores rurais sem o conhecimento deles. Além disso, este grupo ainda usava empresas cujas inscrições estaduais estavam suspensas, baixadas ou canceladas. Ou seja, as operações eram fictícias e tinham efeito apenas para faturamento.
Ainda segundo a investigação, o esquema da fraude envolveu transportadoras de cargas e distribuidores atacadistas, todos ligados ao mesmo grupo. O sistema de contabilidade geral separava as operações legais da “parte especial”, que eram as operações envolvidas na sonegação.
Fonte: G1