Semana Nacional do Trânsito
Todos os anos, no Brasil, são dedicados sete dias do calendário nacional para se falar do trânsito, que são comemorados entre os dias 18 e 25 de setembro, lembrados como a Semana Nacional do Trânsito.
Sinceramente, tenho as minhas dúvidas se a palavra comemorar seria a mais adequada para se lembrar, não do trânsito propriamente dito, mas de todos os problemas que o envolve, inclusive a violência proporcionada por ele.
Pode-se distinguir vários fatores que contribuem de forma definitiva para o agravamento dos problemas que hoje são considerados crônicos e que são gerados diuturnamente no trânsito em grande parte das cidades do país. A maioria delas não tem espaço físico nem a infraestrutura necessária para receber o volume sempre crescente de veículos e pessoas em circulação. São motocicletas, ônibus, veículos de passeio, vans, caminhões de carga, ciclistas e pedestres, todos misturados e se engalfinhando ao mesmo tempo, praticamente dentro de um mesmo espaço.
Também o aumento populacional das cidades e as facilidades de créditos para a compra de veículos automotores são outros fatores que contribuem para o recrudescimento dos problemas, gerando os chamados engarrafamentos e comprometendo de forma significativa a mobilidade urbana. O problema da mobilidade urbana já não é um “privilégio” das grandes metrópoles, uma vez que isso vem se interiorizando e por isso mesmo vem merecendo uma maior atenção das autoridades.
Se tudo isso não bastasse, somam-se os flagrantes desrespeitos à legislação como a velocidade excessiva, as ultrapassagens indevidas, a desobediência à sinalização, além da existência de motoristas agressivos ou alcoolizados, fazendo com que, ao final, o conjunto da obra seja sempre algum resultado trágico.
Nossa Muriaé não está fora desse contexto. O volume de veículos em circulação cresce assustadoramente. Há uma verdadeira invasão de motociclistas, especialmente os afoitos moto-boys, que utilizam, às vezes, de forma agressiva os corredores deixados pelos carros. Há ciclistas trafegando na contramão de direção, além dos habituais maus motoristas, fazendo com que esse conjunto de fatores sejam determinantes para a incidência constante de acidentes.
No caso específico de Muriaé, embora por questões políticas, tudo aquilo que se faz sempre gera comentários contra dos críticos de plantão, algumas ações do Poder Público melhoraram muito a mobilidade na cidade: a inversão da mão de direção de algumas ruas, a melhora na sinalização e, principalmente, a implementação do sistema de rotativos fizeram com que vagas para estacionamento de veículos nos principais logradouros aparecessem como num passe de mágica.
Mas quanto a segurança no trânsito, ainda há muito o que fazer. É necessário que as autoridades se unam não só para implementarem a fiscalização, mas também para desenvolverem programas e campanhas educacionais que visem uma maior conscientização da população sobre os deveres a serem seguidos no trânsito, o que poderá, a médio e longo prazos, reduzir os problemas gerados não só no que se refere à mobilidade urbana, mas também, na busca da redução de acidentes com vítimas. Quem sabe, se num futuro próximo, possamos comemorar com gosto a Semana Nacional do Trânsito no Brasil.