Hospital do Câncer de Muriaé realiza primeira cirurgia em sua sala integrada
O Hospital do Câncer de Muriaé da Fundação Cristiano Varella realizou o primeiro procedimento em sua Sala Cirúrgica Integrada, também conhecida como Sala Inteligente. A intervenção, que aconteceu na última quinta-feira (4), foi uma colectomia parcial videolaparoscópica, que consiste na retirada de parte do intestino grosso com técnica de cirurgia minimamente invasiva.
Segundo o cirurgião oncológico que coordenou a equipe de profissionais que realizou a cirurgia, Edson Augusto Pracchia Ribeiro, o procedimento, que teve início por volta das 12h e terminou por volta das 14h30min, transcorreu “sem intercorrências”. Também compuseram a equipe médica o cirurgião oncológico Leandro Siqueira Correa e o médico anestesista Marcus Pimentel.
De acordo com o hospital, o ambiente da sala favorece a realização dessas técnicas menos invasivas, é totalmente automatizado e integra esse aparato tecnológico, trazendo as informações do paciente com os exames de imagem e dados clínicos, centralizadas em uma tela com controle total em tempo real pelo cirurgião. Os instrumentos cirúrgicos são conectados aos monitores de vídeo. Uma iluminação especial integra o espaço e também é comandada pelo cirurgião.
A Sala Inteligente de Cirurgia é um espaço especificamente concebido para a realização de cirurgias com técnicas minimamente invasivas, também chamadas de técnicas videoendoscópicas, como a videolaparoscopia e a videotoracoscopia. “São cirurgias realizadas com aparelhos de alta tecnologia, com o auxílio de uma câmera, de monitores de alta resolução e de pinças delicadas e longas que são introduzidas nas cavidades corporais através de pequenas incisões, após a insuflação de dióxido de carbono (CO2) para criação de um espaço de trabalho”, diz Edson Ribeiro, diretor técnico médico do Hospital do Câncer de Muriaé.
O cirurgião oncológico explicou também que a realização da cirurgia com um campo de 20 vezes de aumento favorece a perfeita visualização das estruturas. “As pinças delicadas favorecem a manipulação mínima e gentil dos tecidos. Qualquer sangramento maior impede o procedimento, portanto, a perda de sangue é menor com essa técnica”, afirma Edson. Ainda segundo ele, os resultados das técnicas menos invasivas trazem vantagens, como a diminuição do trauma cirúrgico e das sequelas anatômicas e fisiológicas, proporciona melhores resultados estéticos, uma recuperação mais rápida e menos dolorosa do paciente e com menores taxas de complicações e menor tempo de internação.
BENEFÍCIOS PARA O PACIENTE ONCOLÓGICO – No paciente oncológico, essas vantagens têm especial importância, pois, conforme explicou Edson, com a recuperação mais rápida, o paciente pode iniciar a quimioterapia ou radioterapia mais precocemente, sem comprometer o tratamento complementar quando indicado. Estudos recentes têm demonstrado que os pacientes submetidos a cirurgias videoendoscópicas apresentam menos imunodepressão e que isso poderia estar relacionado a melhores resultados oncológicos, ou seja, melhores taxas de sobrevida.