Dupla presa é indiciada pela morte de idosa de 91 anos no Santa Terezinha
Os dois homens, de 32 e 39 anos, que estão presos acusados de participação no assassinato de Maria José Paulina, conhecida como “Maria Gabriela”, de 91 anos, morta a facadas dentro de sua casa na madrugada do dia 26 de maio, na Rua Palma, no bairro Santa Terezinha, foram indiciados pelo crime de latrocínio – roubo seguido de morte.
Os acusados foram presos na manhã seguinte ao crime e, desde então, encontram-se detidos. Com a conclusão do inquérito, foi pedida a conversão da prisão temporária em prisão preventiva de ambos.
Um dos indiciados foi preso no Hospital São Paulo, onde estava internado desde a noite do dia 26, após ser linchado por populares no bairro Santa Terezinha, justamente por ser apontado como um dos autores do crime. Já o outro suspeito, que estava escondido no bairro, também foi localizado pela PM através de denúncia feita por populares. Ambos negam o crime.
“Desde o início, já havia indícios consistentes sinalizando pela autoria desses dois indivíduos no crime. Diante das contradições colhidas nas oitivas em sede policial um dia após o crime e com o depoimento de testemunhas, já entendi, com elementos suficientes, para representar pela prisão temporária de ambos. Todos os elementos, de forma unânime, apontavam para os dois acusados. A partir daí, trabalhamos exaustivamente neste caso”, relata o delegado responsável pelo caso, José Roberto Machado Demétrio, da 31ª Delegacia de Polícia. O inquérito foi concluído 25 dias após o crime – o tempo para a término era de 30 dias – e foi remetido à Justiça, com vistas ao Ministério Público, na segunda-feira (20).
De acordo com o delegado, o crime teve motivação patrimonial – os suspeitos queriam o dinheiro da vítima. Maria José morava sozinha no imóvel e havia recebido sua aposentadoria dois dias antes. O único bem levado da residência foi o salário que a idosa havia recebido anteriormente ao crime. A vítima foi atacada em sua cama e ela ainda teria tentado se defender do agressor. “Um dos indiciados era morador de frente à residência da casa da vítima, e a informação da data em que ela receberia a aposentadoria, de certa forma, vazou”, afirma Demétrio. A vítima foi atingida com 12 golpes de faca, concentrados na região do tórax.
As investigações apontaram L.B.F., de 32 anos, como o executor dos golpes e L.A.O., de 39 anos, como mentor do crime. De acordo com o artigo 157, parágrafo 3º, do Código Penal Brasileiro, a pena prevista para o crime de latrocínio é de 20 a 30 anos de prisão. Segundo o delegado, o acusado de ser o autor dos golpes é “réu primário e com bons antecedentes criminais”. Já o acursado de ser o mentor do crime tem “algumas anotações, mas não chegam a ser condutas graves”.
Ainda de acordo com o delegado, um casaco de moletom encontrado na área externa da residência de L.B.F. foi fundamental para a elucidação do caso. “Um dia depois que esse fato veio à tona, foi arrecadada uma blusa de moletom de propriedade de L.B.F., e esta apresentava algumas manchas de sangue. Foi verificado, pelas características do gotejo e das manchas, que esse sangue era realmente decorrente das lesões de defesa da vítima. O indiciado disse que o sangue era proveniente das agressões que ele sofreu na noite do crime, mas testemunhas disseram que ele não vestia o casaco na hora em que foi espancado”, conta.
Sobre a possibilidade de haver outras pessoas envolvidas na morte de Maria José, Demétrio disse que algumas especulações surgiram neste sentido, mas que nada de concreto foi apurado pela polícia.