ONA premia 74 instituições de saúde no Brasil e apresenta pesquisa inédita sobre acreditação
Hospital do Câncer de Muriaé está entre os premiados
No próximo dia 28 de novembro, às 18h30, a ONA – Organização Nacional de Acreditação – realizará um grande evento no Espaço Bisutti, situado na rua Casa do Ator, 577 (SP) para comemorar seus 25 anos, homenagear e premiar as 74 entidades de saúde do Brasil.
Em Minas Gerais serão premiadas 17 instituições, sendo: Belo Horizonte (Hospital Lifecenter; Hospital Madre Tereza; Oculare Hospital de Oftalmologia; Sermig 198 e Sermig 90; Anatomia Patológica e Citologia; Axial Bernardo Monteiro; Biovisao; Hospital Felício Rocho e Oncomed); Contagem (Hospital Santa Rita); Ipatinga (Hospital Márcio Cunha); Juiz de Fora (Hospital Monte Sinai; Lavras (Laboratório Santa Cecília); Muriaé (Hospital do Câncer); Passos (Santa Casa de Misericórdia) e Uberlândia (Check-Up Laboratório).
Como parte das comemorações, a ONA realizou uma pesquisa com as instituições premiadas. Das 74 entidades, 49 responderam, trazendo resultados significativos sobre a relação entre acreditação e segurança do paciente. A segurança do paciente é essencial para reduzir danos e complicações, melhorar a qualidade do atendimento, aumentar a confiança dos pacientes nos serviços de saúde e reduzir custos.
No Brasil, o Anuário de Segurança Assistencial Hospitalar, publicado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revela que, a cada minuto, cinco pessoas morrem devido a erros médicos, totalizando quase 55 mil mortes por ano. Desde 2013, o Ministério da Saúde estabeleceu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que inclui protocolos essenciais para garantir a segurança dos cuidados, como: identificação correta do paciente, cirurgia segura, prevenção de úlceras por pressão, higiene das mãos em serviços de saúde, prevenção de quedas e segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos.
Para Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da ONA, o registro de eventos adversos é essencial para fortalecer a cultura de segurança nas organizações de saúde. Ao documentar e analisar cada ocorrência, as instituições conseguem identificar falhas, aprender com os erros e implementar medidas preventivas para evitar que se repitam. “Esse processo fomenta um ambiente de transparência e aprendizado contínuo, onde a segurança do paciente é prioridade, estimulando uma abordagem proativa para a melhoria da qualidade e o engajamento de toda a equipe em prol de um cuidado mais seguro e eficaz”, ressalta.
A história do paciente começa no preenchimento de seu prontuário. Quando o prontuário não é adequadamente preenchido, o paciente corre riscos significativos, como erros na administração de medicamentos e a falta de continuidade no tratamento. De acordo com a pesquisa realizada pela ONA, 38,1% dos entrevistados relataram uma melhoria superior a 31% nesse aspecto, após a implementação da acreditação.
Falhas na cadeia medicamentosa e de suprimentos – A pesquisa também revelou que 47,62% dos entrevistados observaram uma redução superior a 31% nas falhas relacionadas à cadeia medicamentosa. Apenas 4,76% informaram uma diminuição inferior a 5%. Já no que diz respeito às falhas na cadeia de suprimentos, 47,62% dos participantes afirmaram ter conseguido uma redução superior a 31%. Enquanto 14,29% relataram uma contenção de falhas de 21% a 25%.
Falhas de higienização – Outro problema enfrentado pelas instituições são as falhas de higienização, que frequentemente geram reclamações nas Ouvidorias ou no Serviço de Atendimento ao Cliente. Com a implementação da acreditação, 38,1% das instituições relataram uma melhoria superior a 31% nos serviços de higienização. Cerca de 15% dos respondentes indicaram uma melhoria entre 16% e 20%.
Infecções hospitalares – Outro fator preocupante para quem utiliza os serviços de saúde no Brasil são as infecções hospitalares (veja pesquisa da ONA na tabela 2). De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 14% dos pacientes internados no país adquirem algum tipo de infecção durante a hospitalização. A gravidade desse cenário é reforçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que aproximadamente 100 mil brasileiros morrem a cada ano em decorrência dessas infecções. Além disso, um em cada dez pacientes afetados por infecções hospitalares acaba falecendo.
Na maioria dos estabelecimentos de saúde, faltam procedimentos e protocolos claros para prevenir esses problemas graves. Com a acreditação, para 41,86% das instituições que participaram da pesquisa, os processos implementados com a acreditação melhoraram mais de 31% . Quase 12%, relatou que os níveis de infecções melhoraram de 26 a 30% e 2,33% dos entrevistados comentaram que tiveram menos de 5% de seus índices reduzidos.
Erros de diagnóstico – De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde – os erros de diagnóstico são responsáveis por quase 16% dos danos evitáveis nos sistemas de saúde. A insegurança no atendimento é um problema significativo de saúde pública, afetando milhões de pacientes globalmente. Estudos indicam que, em média, 12% dos pacientes sofrem danos em diferentes contextos de atendimento médico, o que significa que mais de um em cada dez pacientes é impactado por eventos adversos causados por cuidados inseguros. Aproximadamente 12% desses eventos resultam em incapacidade permanente ou morte. Além disso, quase 50% dos danos causados por cuidados inseguros são considerados evitáveis.
A pesquisa da ONA aponta que, com acreditação, os erros de diagnóstico reduziram em mais de 31% para quase 33% dos entrevistados. Outro fato que gera complicações durante a internação é a queda do paciente no leito. Segundo dados apresentados na Tabela 2, com a metodologia ONA, para 32,56% dos entrevistados, os índices de queda reduziram mais de 31%. A queda é uma preocupação nos serviços de saúde do mundo todo. Estudos internacionais mostram índice de 1,03 a 4,18 quedas a cada 1.000 pacientes internados, enquanto o índice nacional tem uma variação entre 1,7 e 7,2 quedas a cada 1.000 internados.
Cenário de acreditação no Brasil – Das mais de 380 mil organizações de saúde instaladas no País, segundo CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), 1932 são acreditadas. Deste total, a ONA é responsável por 72,1% no mercado de acreditação, o que corresponde amais de 1.400 organizações de saúde acreditadas, dos quais 422 são hospitais. Deste montante, 0,45% das instituições de saúde estão certificadas no Brasil. Considerando que 68,4% (917) são de gestão privada; 22,2% (298) são de gestão pública; 8,3% (111) de gestão filantrópica e 0,1% (gestão militar).
Atualmente, 61% das instituições acreditadas pela ONA estão concentradas na região Sudeste. O Sul é responsável por 12,7%; Nordeste 12,1%; Centro-Oeste, 11,4% e Norte por 2,8%.